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Maysa Polcri
Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 11:20
Dados do Censo 2022, divulgados nesta quinta-feira (19), revelam como vivem os indígenas baianos. A Bahia tem a segunda maior população entre todos os estados brasileiros - 229.443 pessoas se autodeclaram dessa maneira. Está atrás apenas do Amazonas, que tem 490 mil. A maior parte deles vive em áreas urbanas, enfrenta precariedade de serviços básicos e tem taxa elevada de analfabetismo. A divulgação foi feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O módulo de informações contém dados sobre demografia, educação e características de domicílios de pessoas indígenas na Bahia. Em relação a 2010, a população de indígenas no estado quase quadruplicou. Naquele ano, eram 60.120 pessoas. Também cresceu o contingente que vive em áreas urbanas. Os "indígenas urbanos", como o IBGE classifica, representam 78,5% do total.
Dos quase 230 mil indígenas baianos, 180.035 vivem na cidade. É a sexta maior proporção entre os estados brasileiros. A média nacional é de 54%. O IBGE também revela que a taxa de analfabetismo entre eles, 13,6%, é maior do que no total da população urbana do estado (9%).
Na Bahia, a população indígena urbana é mais feminina e envelhecida do que o total. Nas áreas rurais, é mais masculina e jovem. Os que moram fora das áreas urbanas enfrentam, na maioria das vezes, precariedade de serviços: é o caso de nove a cada dez pessoas. Eles convivem com alguma forma de precariedade, ou seja, não tinham acesso adequado simultâneo aos três serviços de saneamento básico (abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo).
Apesar de a maior parte dos indígenas baianos viver em áreas urbanas, o estado tem o 9º maior número de localidades indígenas do Brasil. São 202 localidades identificadas em 40 das 417 cidades baianas. O IBGE considera localidade todo lugar do território nacional onde exista um aglomerado permanente de habitantes. Nesse caso, de pessoas que se autodeclaram indígenas.
Das 202 localidades da Bahia, 63 estão dentro de terras demarcadas. Ilhéus tem o maior número de localidades (32), seguido de Porto Seguro (26) e Prado (17). Os três municípios do sul do estado concentram quase quatro em cada dez localidades indígenas baianas.