Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Millena Marques
Publicado em 13 de março de 2025 às 05:30
A responsabilidade de apresentar estratégias e executar intervenções em templos religiosos, mesmo que tombados, é da Igreja e das ordens religiosas, segundo Hermano Guanais, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A declaração foi feita em conferência realizada pela Associação Bahiana de Imprensa nesta quarta-feira (12). >
“O papel do Iphan, como órgão fiscalizador, é dar ciência ao proprietário de que ali há problemas e recomenda medidas, só que como são bens privados, são eles próprios que fazem a estratégia de tentar resolver esses problemas”, disse o superintendente. A autarquia federal dá o suporte técnico e, às vezes, até uma ajuda financeira, segundo Guanais, mas Estado e Igreja são instituições separadas. “Quando eles (Igreja e ordens) definirem, submetem ao Iphan para aprovar o tipo de intervenção que se propõe", explicou o superintende. >
Ao todo, sete igrejas católicas foram interditadas pela Defesa Civil de Salvador (Codesal) após o teto da Igreja de São Francisco de Assis, no Pelourinho, desabar e matar uma turista de São Paulo. Foram elas: Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, Igreja e Convento dos Perdões, Igreja de São Bento, Igreja dos Quinze Mistérios, Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, Igreja da Ordem Terceira do Carmo e Convento Santa Clara do Desterro. Além das cinco igrejas fechadas recentemente, a Igreja de São Miguel, fechada em 2019, segue interditada. >
Outros dois imóveis residenciais também foram interditados em Salvador. Todas as interdições, exceto a da Igreja de São Miguel, aconteceram após uma força-tarefa da Codesal e do Iphan para evitar que mais acidentes aconteçam. Ao todo, 30 igrejas da capital são tombadas pelo Iphan. Em nota, a Codesal disse que "cabe ao órgão tombador junto às entidades mantenedoras prover o restauro" das igrejas interditadas. A Arquidiocese de Salvador foi procurada, por meio da assessoria de imprensa, mas não houve respostas até a publicação desta matéria. >