IGHB enfrenta dificuldades para preservação de peças históricas após corte de gastos

A instituição de 130 anos teve que reduzir suas atividades e precisa de financiamento

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  • Vitor Rocha

Publicado em 10 de setembro de 2024 às 05:45

Instituto Geográfico e Histórico da Bahia
Instituto Geográfico e Histórico da Bahia Crédito: Marina Silva/CORREIO

Após o corte de R$ 700 mil, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) enfrenta dificuldades para preservar peças e documentos que fazem parte da história do estado. Localizado na avenida Joana Angélica, em Nazaré, a instituição de 130 anos teve que reduzir suas atividades e precisa de financiamento.

Com o decréscimo no quadro orçamentário, José Dirson Argolo, restaurador do local, revela dificuldades para a manutenção de obras presentes no acervo. "Recentemente fiz um projeto para o instituto que está concorrendo a um edital da Lei Jaime Sodré para financiamento. Caso não passe neste edital, 10 pinturas e parte do nosso acervo mobiliário não vão conseguir manutenção", diz. Ele acrescenta que há quadros que foram restaurados pela última vez 20 anos atrás, e precisam de revisão. "Tem quadros que eu restaurei em 1989", detalha. Segundo Argolo, todo o acervo da organização ficará vulnerável com a falta de verbas.

De acordo com o IGHB, o corte financeiro também afetou o andamento dos cursos disponibilizados pela entidade. A instituição informou que anteriormente realizava quatro cursos por ano de 20 a 40 horas. Atualmente, será possível apenas dois. "Sem orçamento, sem dinheiro, sem recursos direcionados à área, infelizmente a gente não tem como fazer nada, fica engessado. E olha que já fazemos muito, muito mesmo com pouco, mas é preciso muito mais", evidencia Rafael Dantas, historiador e professor do curso "Salvador da Bahia: Iconografia & História".

Este ano, o governo estadual cortou R$ 700 mil de verba da entidade por meio de decisão da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult). Após a saída da instituição em maio deste ano do Programa de Ações Contínuas em Instituições Culturais, o IGHB teve uma redução de 85% no quadro orçamentário.

Com orientação da subeditora Fernanda Varela