Homens também podem ter câncer de mama? Entenda os riscos da doença

Apesar de raro, homens que têm histórico da doença na família devem ficar atentos

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  • Maysa Polcri

Publicado em 16 de outubro de 2024 às 06:00

Casos em homens corresponder a 1% dos diagnósticos, segundo a SBM
Casos em homens corresponder a 1% dos diagnósticos, segundo a SBM Crédito: Reprodução/Pixabay

Os homens também podem ter câncer de mama. Apesar de menos comum, indivíduos do sexo masculino têm glândulas mamárias e hormônios femininos, ainda que em quantidades menores do que as mulheres. Apenas neste ano, 26 homens foram internados na Bahia por complicações da doença. Foram 12 óbitos entre janeiro e setembro deste ano, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab).

Especialistas alertam que homens devem ficar atentos aos sinais do câncer de mama. Os sintomas são os mesmos para ambos os sexos: caroço na mama, dor unilateral no local, retração do mamilo, inchaço e secreção. Em caso de sintomas desse tipo, os pacientes devem procurar um médico para fazer exames.

Das 12 mortes registradas na Bahia, nove foram de homens com mais de 70 anos. O diagnóstico se torna mais comum a partir dessa faixa etária. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o risco de aparecimento de câncer de mama aos 75 anos é o dobro do apresentado por pacientes de 50 anos. Quanto mais cedo for a descoberta da doença, maiores são as chances de recuperação.

As mortes de homens representam 1,3% de todos os óbitos por câncer de mama na Bahia entre janeiro e 25 de setembro deste ano. Foram 907 óbitos de mulheres por complicações da doença no mesmo período. Como a incidência entre os pacientes do sexo masculino é pequena, não há programa de rastreio de câncer de mama estabelecido na medicina. No entanto, homens que têm histórico da doença na família correm mais risco de desenvolver o câncer.

“Como os homens não têm muito tecido na região toráxica, a doença se manifesta com caroços, retração do mamilo ou secreção. Quem já tem histórico de câncer de mama na família deve ficar mais atento e buscar o serviço de saúde para avaliar se há risco de câncer hereditário”, explica a mastologia Carolina Argolo, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional Bahia (SBM-BA).

Apenas 10% dos casos da doença tem relação genética, de acordo com a médica. Para as mulheres, é recomendado que o exame de mamografia seja realizado, anualmente, a partir dos 40 anos. Mas, vale o mesmo recado dos homens: quem tem histórico na família deve ser acompanhado por especialistas.