Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Gilberto Barbosa
Publicado em 10 de setembro de 2024 às 23:08
O homem que invadiu um mercado com um veículo na Avenida Orlando Gomes apresentou, em depoimento à Polícia Civil (PC), um laudo de transtorno mental após ser levado por policiais militares para a 12ª Delegacia (Itapuã), que abriu inquérito para apurar o crime de dano qualificado.
"Ele, que apresentou relatório médico apontando ter um transtorno mental, também se lesionou, tendo sido atendido na Unidade de Pronto Atendimento de Itapuã, antes de prestar depoimento", informou a PC em nota, destacando que o homem vai responder ao inquérito em liberdade.
A reportagem tentou contato com o advogado do motorista para saber qual seria o transtorno, mas não teve retorno até a publicação deste texto. A invasão ocorreu após um carro de luxo pegar fogo nas imediações do local. O condutor de 41 anos, que ainda não foi identificado, teria usado um carro de modelo EcoSport para destruir o estabelecimento após ver sua BMW pegar fogo.
Segundo o psiquiatra Antônio Freire, esse tipo de caso é motivado por uma soma de fatores que incluem dificuldade em lidar com situações estressantes ou frustrações, causando uma resposta emocional mais efusiva, com atitudes impulsivas e inesperadas.
“Essas situações são causados pela dificuldade do indivíduo em modular a sua resposta emocional. Existem traços de personalidade que causam uma baixa tolerância para situações em que as coisas não ocorrem da maneira esperada. Nesses casos, o indivíduo pode se comportar de maneira impensada e inadequada, com atitudes que ele possa se arrepender no futuro, devido à perda do controle emocional”, disse.
Ainda de acordo com o especialista, os gatilhos para esse tipo de comportamento podem ser identificados com acompanhamento psicológico que ajuda a pessoa a entender o padrão de resposta emocional para situações adversas e agir de uma forma mais racional.
"Normalmente as pessoas têm gatilhos para essas atitudes, e a psicoterapia as ajuda a trazer essas respostas para um padrão mais racional. Essa percepção de como elas se comportam permite avaliar o cenário e ter uma postura razoável, mesmo em casos que se deva tomar uma decisão rápida", concluiu.
*Com orientação da subeditora Fernanda Varela