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'Hitler da Bahia', soldado é preso por liderar grupo com crimes de estupro virtual e pedofilia

Operação prendeu suspeitos em cinco estados

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 7 de abril de 2025 às 13:14

Luis Alexandre de Oliveira Lessa
Luis Alexandre de Oliveira Lessa Crédito: Reprodução

Um soldado do Exército de 20 anos, identificado como Luis Alexandre de Oliveira Lessa, foi preso sob acusação de liderar um grupo virtual no Telegram que promovia crimes como estupro virtual, pedofilia e incentivo à automutilação. A operação Nix, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), também apreendeu três adolescentes suspeitos de participação no esquema. A prisão aconteceu em novembro de 2024 e detalhes da investigação foram divulgadas essa semana por reportagem do Uol. 

O grupo, chamado "Panela Country", reunia cerca de 600 membros e operava em plataformas como Telegram e Discord. Segundo as investigações, os participantes – conhecidos como "paneleiros" – cometiam crimes sob pseudônimos. Lessa, que também luta jiu-jitsu, era chamado de "Hitler da Bahia" ou "Sagaz" no ambiente virtual.

A denúncia do MP-SP, obtida pela reportagem, detalha que os integrantes do grupo "tratavam a violência como forma de diversão". O documento cita casos de chantagem sexual, exposição não consentida de imagens íntimas e até tortura de animais. O Tribunal de Justiça de São Paulo negou um pedido de habeas corpus para Lessa, mantendo-o preso.

Modus operandi

As vítimas eram recrutadas por meio de desafios que evoluíam para coerção. Uma prática comum, segundo as investigações, era a "plaquinha": os jovens precisavam escrever o nome do grupo em partes do corpo, às vezes com objetos cortantes, como forma de "prova de lealdade". Posteriormente, eram chantageados com o material produzido.

O MP-SP relata que meninas eram as principais vítimas de extorsão sexual, obrigadas a participar de transmissões ao vivo com atos degradantes. Meninos também sofriam ameaças. Em um caso documentado, uma adolescente de 16 anos teve dados pessoais e imagens íntimas vazados após um ataque coordenado pelo grupo.

Lessa, que ingressou no Exército em março de 2024, foi afastado da corporação após a prisão. A Advocacia-Geral da União contestou um recurso do soldado, alegando que ele omitiu problemas físicos pré-existentes durante o processo seletivo.

Em nota, a defesa de Lessa afirmou que ele "tem demonstrado total disposição para colaborar com as autoridades". Os advogados disseram que se manifestarão apenas no processo judicial. O Exército e o Telegram não responderam.

A investigação continua sob sigilo, com expectativa de novos desdobramentos nas próximas semanas.