Acesse sua conta

Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Recuperar senha

Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Dados não encontrados!

Você ainda não é nosso assinante!

Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *

ASSINE

Hamburguerias criam estratégias para driblar aumento de preço da batata: ‘Trocando moeda’

Batata palito congelada teve aumento de mais de 130%

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 5 de julho de 2024 às 06:00

Rodolfo Araújo decidiu incrementar as porções para aumentar o lucro
Rodolfo Araújo decidiu incrementar as porções para aumentar o lucro Crédito: Paula Fróes/CORREIO

Lucro com a venda da porção de batata só se ela vier com queijo por cima ou for pedida com o combo do hambúrguer e bebida. E olhe lá. Com a alta de preço da batata-inglesa acumulada em 58% nos últimos 12 meses na Região Metropolitana de Salvador, hamburguerias baianas precisam criar estratégias para driblar o prejuízo.

Rodolfo Araújo, dono da Brother Burguer SSA, no Cabula, é um dos empresários que têm sofrido com a inflação. A embalagem de dois quilos da batata palito congelada, que era vendida por R$15, agora custa R$38 - um aumento de 133%. “O preço começou a subir na pandemia e nunca mais caiu. A gente percebeu a inflação em muitos alimentos, mas a batata tem sido a grande vilã”, diz.

O medo de perder a clientela impede o aumento de preços dos itens do cardápio. Por isso, a solução encontrada por Rodolfo foi incrementar as porções da batata. “Para subir um pouco o valor do produto, nós agregamos valor com adicionais. Colocando queijo cheddar, bacon e maionese temperada, por exemplo, conseguimos chegar no valor que obtenhamos lucro”, diz. Ainda sim, o lucro é reduzido.

Além de mais cara, a batata congelada está mais difícil de ser encontrada. É o que diz Hilton Garcia, dono do Imperius Burger, localizado na Vila Laura. A alternativa encontrada por ele foi reduzir a quantidade comprada, de 10 quilos por mês, para a metade.

“O cliente não pode apagar essa conta e nós sentimos o reflexo nos caixas. O impacto aqui é sentido de imediato porque nós temos a porção de batata gratuita nos combos”, explica. "A solução tem sido reduzir a quantidade e pesquisar bastante. Mesmo assim, não há lucro. Estamos trocando moeda ", diz Hilton Garcia. 

A batata-inglesa é o produto que acumula a maior alta de preço entre todos os alimentos analisados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15). Segundo o levantamento, que é uma prévia da inflação do mês de junho, a batata registrou aumento de 39,82% em um mês na Região Metropolitana de Salvador. 

O preço mais caro é resultado do aumento da procura pela batata-inglesa em todo o país. As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul (RS), em abril deste ano, causaram prejuízos nas plantações. Os olhos dos compradores, então, se voltaram para o interior da Bahia, que passou a suprir um mercado ainda maior.

“É uma questão de equilíbrio de mercado. Se um grande ofertante sai do mercado, os agentes demandantes vão procurar em outros mercados e o preço fica pressionado para cima. No Rio Grande do Sul, as dificuldades de plantação causaram impacto nacional. Minas Gerais também sofreu com o regime de chuvas”, explica Denilson Lima, economista da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).