Guerra entre facções provocou tiroteios que pararam ônibus em Pernambués

Homens com fuzis e coletes circulavam em ruas da localidade da Baixa do Manú

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  • Wendel de Novais

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 10:19

PM reforçou cobertura no bairro após tiroteios Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

As três horas de suspensão de circulação de ônibus até o fim de linha de Pernambués na manhã desta quinta-feira (22) foram consequências de uma madrugada de tiroteios registrada no bairro. Apesar da restrição do serviço afetar a Rua Thomaz Gonzaga, uma das vias mais movimentadas do bairro, o confronto armado ocorreu a cerca de 800m na localidade conhecida como Baixa do Manú. Por lá, dezenas de homens armados circularam nas ruas efetuando disparos por horas à fio durante a noite e a madrugada.

Assustada, uma moradora que se identifica apenas como Márcia descreve o que foi a noite para quem reside na localidade. “Foi terror! A gente está sem dormir, todo mundo assustado. Não tivemos solução da Polícia Militar para nos dar apoio e a única coisa que eu tenho que dizer é pedir às autoridades para que tomem partido disso porque ali mora gente de bem. Estamos à mercê da bandidagem”, falou ela, que explicou que os tiros começaram às 21h e só foi terminar após às 3h.

Procurada, a Polícia Militar informou que agentes da 1ª Companhia Independente (CIPM) foram acionados na madrugada para averiguar informação sobre homens armados transitando na localidade. Ao chegarem na Baixa do Manú, os agentes teriam realizado buscas com o apoio do Batalhão de Patrulhamento Tatico Móvel (BPatamo), mas, até o momento, não localizaram nenhum suspeito na região.

Tiros na Baixa do Manú afetou serviço de ônibus em vias principais Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Segundo um outro morador, na Rua dos Navegantes, o terror foi completo pela quantidade de homens que estavam circulando. “Desde 21h, que é cedo, eles estavam correndo lá de colete e fuzil na mão. Foram pelo menos 20 homens, com certeza. A gente correu para casa e se escondeu. De lá, ouvimos tiros, explosões que pareciam granadas. Minha casa já está cheia de bala na parede”, conta ele, sem se identificar.

Os moradores que contaram a situação afirmaram que, por conta dos confrontos, seria perigoso para a imprensa ir até o local sem a presença da polícia, que reforçou a área do fim de linha de Pernambués. O morador deu, por fim, a informação de que pessoas que vivem na localidade há anos têm deixado suas casas por conta da violência.