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Bruno Wendel
Publicado em 13 de outubro de 2024 às 12:25
O ataque a tiros que matou três pessoas e deixou uma outra ferida no bairro Dois de Julho, na noite desta sexta-feira, 11, teria relação com a guerra entre o Bonde do Maluco (BDM) e o Comando Vermelho (CV). As vítimas, três homens e uma mulher, eram usuárias de crack e estavam em frente ao Museu de Arte Sacra da Bahia, quando foram surpreendidas pelos criminosos em carro. Uma delas seria o alvo da ação.
A Polícia Civil disse que “realiza diligências para identificar as vítimas”. No entanto, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) disse que o corpo de Estevam Almeida Conceição, de 23 anos, foi liberado para o cemitério de Plataforma. Já os corpos de Mariana Peralva Brito, 40, e de homem ainda ignorado permanecem no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR). O quarto baleado segue internado no Hospital Geral do Estado.
Moradores na região falaram que Mariana estaria grávida. No entanto, o DPT informou que “não tem essa informação” e que “se tiver (gravidez), só sairá no laudo”.
A PC disse ainda que o caso é apurado pela 3ª Delegacia de Homicídios de Salvador, que busca identificar “os autores e a motivação do crime”. Porém, moradores relatam que as vítimas foram baleadas por integrantes do CV. “Depois que o grupo das duas letras chegou, isso aqui virou inferno. Eles vêm de outras regiões para tomar isso aqui. Querem tomar o Centro. Dizem que eles estavam atrás do Estevam e, na hora, ‘rodou’ todo mundo. Outros falam que o rapaz foi confundido com um amigo, que era todo envolvido. Mas foram atrás dele (Estevam)”, conta um morador.
Segundo ele, a família de Estevam acompanhou a remoção dos corpos. “O pai falou a um policial que não tem dúvida de que tudo foi obra de uma facção, por conta da frieza do massacre. Disse que o filho não tinha briga com ninguém e nem recebido ameaças”, relata a fonte.
Um policial militar da região ouvido neste domingo (13) pelo CORREIO disse que o caso pode estar relacionado a uma ação no Garcia, onde, horas antes do mesmo dia, houve um intenso tiroteio. “A gente acredita que tenham sido integrantes do CV, porque um dos carros tem a mesma característica usada na ação do Dois de Julho”, diz o militar.
Ataque
O ataque no Dois de Julho aconteceu na Rua do Sodré, por volta das 19h. Os criminosos chegaram num carro de cor escura e atiraram contra as quatro pessoas que estavam em frente ao terceiro portão do museu, próximo à Ladeira da Preguiça, região de alta concentração de usuários de crack.
“Os quatro eram conhecidos daqui, mas não mexiam com ninguém. Eles sempre ficam ali, onde os tiros começaram. Na hora, todos correram, menos a mulher, que morreu deitada num sofá. Já o rapaz (Estevam) ‘tombou’ perto de um poste. O outro caiu mais adiante”, relata um morador.
O quarto, mesmo atingindo, escapou por sorte. “Ele estava sendo perseguido e os caras atrás atirando. Na hora, uns carros desceram. Foi aí que eles desistiram de ir atrás e fugiram”, conta a fonte. A vítima foi socorrida ao Hospital Geral do Estado. Não há informações sobre o estado de saúde.