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Wendel de Novais
Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 06:56
O agente da Guarda Civil Municipal (GCM) de Salvador que foi flagrado atirando em um jovem no Pelourinho durante uma abordagem foi afastado do trabalho nas ruas da capital. Na ação, enquanto o guarda algemava um jovem na Rua das Flores, moradores registraram o momento em que ele dispara contra outro rapaz. A vítima precisou ser conduzida a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Barris para retirar dardos da pistola de condutividade elétrica usada pelo agente da GCM no local. >
A Guarda confirmou o afastamento, destacando que a medida é um procedimento padrão para casos como este. “Existe um procedimento padrão, onde todo GCM envolvido em qualquer situação com disparo de arma de fogo é direcionado para acompanhamento com psicólogo e reciclagem. Logo, o guarda fica em atividade administrativa. Nesse caso, há acompanhamento da Corregedoria”, relata. A ação do guarda gerou revolta entre moradores por conta da truculência. >
No vídeo em que o agente dispara, é possível ver o descontentamento dos moradores como o modo que a equipe da GCM agiu. “Isso aí é covardia”, reclama uma mulher para os agentes, enquanto o jovem algemado reclama de dor no braço. “Volta aí, volta aí”, fala o guarda antes de disparar e proferir xingamentos contra o alvo do tiro. No momento do disparo, o jovem se abaixa, mas, mesmo assim, é atingido. >
Após o tiro, mais moradores começam a reclamar. “Mate o cara, vai. Isso aí é opressão, é opressão. Vai levar o menino mesmo. Isso é opressão”, diz outro homem após a confusão e os disparos. Após a repercussão do vídeo, a GCM foi procurada pela reportagem e se posicionou sobre o caso em nota. >
“Esclarecemos que uma equipe da GCM, em patrulha de rotina, foi acionada após receber informações sobre indivíduos na localidade que estavam realizando tráfico de entorpecentes. Ao chegarem ao local, os agentes encontraram pessoas com as características informadas e tentaram efetuar a abordagem”, conta. >
Ainda na resposta, a GCM afirmou que o uso da força foi necessário para garantir a segurança do efetivo e da população após o detido resistir à abordagem. Sobre o disparo em específico, a Guarda informou que, segundo o relato dos agentes envolvidos, foi feito para dispersar o segundo jovem. >