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Governo Jerônimo vira alvo de críticas após atraso nas obras do VLT

Reportagem do Jornal Nacional ressaltou que milhares de passageiros do Subúrbio estão há três anos sem transporte barato desde que os trens foram desativados

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2024 às 17:05

Projeto do VLT de Salvador
Projeto do VLT de Salvador Crédito: Ilustração

O governo Jerônimo Rodrigues (PT) virou alvo de críticas após o Jornal Nacional exibir uma reportagem sobre os atrasos nas obras do VLT (Veículo Leve de Transporte), que deveria substituir os trens do Subúrbio de Salvador.

A reportagem do jornal da TV Globo ressalta que milhares de passageiros da região estão há três anos sem transporte barato desde que os trens, que transportavam cerca de 7 mil pessoas por dia e que custava R$ 0,50, foram desativados. Quando o trem parou de operar, o governo do estado disponibilizou cinco ônibus gratuitos para atender aos moradores do Subúrbio, mas são insuficientes. Quem dependia do trem do Subúrbio agora paga R$ 5,20 pela passagem de ônibus.

Nesta segunda-feira (1º), o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), cobrou que a obra do VLT saia do papel. “Já são três anos que a população do Subúrbio deixou de contar com os trens. Então, o meu desejo é que ela (a obra) possa começar o quanto antes. Assim que o projeto chegar à prefeitura terá por parte da nossa gestão o compromisso, de forma célebre, caráter de urgência urgentíssima, realizar a aprovação, porque eu sei as dificuldades que as pessoas enfrentam hoje no transporte público em todas as grandes cidades do Brasil, e aqui em Salvador não é diferente. A gente espera que o VLT possa efetivamente sair do papel.”, afirmou.

O vereador de Salvador, Cláudio Tinoco (União Brasil), disse que por causa da “gestão desastrosa” do governo Jerônimo a população do Subúrbio tem sofrido. “Não está na matéria, mas preciso ressaltar que o valor do VLT foi orçado em R$ 1,5 bilhão, mas ele foi contratado por R$ 2,8 bilhões e depois foi aditado para R$ 5,2 bilhões - sendo este último o valor contratado com o consórcio chinês até a rescisão do contrato. Todas as informações foram enviadas pelo governo para nós através da Lei de Acesso à Informação na época que fizemos audiências públicas pedindo a rescisão do contrato. Já são mais de R$ 57 milhões jogados fora e nada para a população. É hora de transparência e ação”, declarou.

O Jornal Nacional também ressaltou que houve um "desperdício" de dinheiro público devido ao atraso das obras. Segundo a reportagem, o governo firmou contrato com o consórcio Skyrail Bahia composto pelas empresas chinesas BYD e Metrogreen para a implementação do VLT, mas o projeto orçado em R$ 1,5 bilhão não foi concluído.

O governo negou que houve desperdício de recursos públicos. “(O Jornal Nacional) errou ao dizer que houve desperdício de dinheiro público. Todo o valor investido até aqui foi empregado em anteprojetos e canteiro, que serão reaproveitados no novo projeto proposto pelo estado”, afirmou.

A gestão estadual fez uma nova licitação para contratar uma nova empresa para construir o VLT, mas, na semana passada, o juiz da 6ª Vara da Fazenda Pública, Ruy Eduardo Almeida Britto, suspendeu o processo licitatório por supostamente conter “graves ilegalidades”. O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) derrubou esta decisão e manteve a licitação, a pedido do governo petista.

Para o deputado estadual Diego Castro (PL), a situação “envergonha” a Bahia. “Tiraram do trabalhador um transporte que custava R$ 0,50 e transportava milhares de passageiros diariamente. Prometerem o VLT, que até hoje não saiu do papel, e, vergonhosamente, virou até notícia nacional”, salientou.