Governo Jerônimo enfrenta teste de fogo na Alba com votação de reajuste e empréstimo

A Assembleia Legislativa da Bahia deve apreciar, nesta terça-feira (28), as duas matérias do governo

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  • Rodrigo Daniel Silva

Publicado em 28 de maio de 2024 às 05:00

 A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) abriu, nesta quinta-feira (8), as inscrições para a escolha do novo conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Plenário da Alba Crédito: Sandra Travassos/ALBA

Com a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) insatisfeita, a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) tentará votar, nesta terça-feira (28), dois projetos governistas. O primeiro é do reajuste geral dos servidores de 4%, e o segundo trata do sétimo pedido de empréstimo feito pela gestão petista.

Nas últimas semanas, deputados aliados de Jerônimo Rodrigues não têm comparecido às votações como forma de protesto contra o governo. Segundo apurou o CORREIO, os parlamentares da base petista têm reclamado da falta de atenção do governador, que tem viajado muito e não abre espaço na agenda para atender os correligionários.

Os deputados ainda se queixam que integrantes do governo têm passado por cima deles. Os secretários, segundo os reclamantes, atendem os prefeitos e os vereadores sem sequer consultar os parlamentares, que são correligionários destes representantes municipais. O presidente da Alba, Adolfo Menezes (PSD), confirmou que há essa insatisfação no grupo petista, e atribuiu ao período pré-eleitoral.

“O que existe é normal. Os prefeitos pedem para caramba porque está chegando as eleições. Não tem dinheiro para tudo, mas a forma que os deputados têm é tensionar”, declarou Menezes.

O deputado estadual Marquinhos Viana (PV) disse que o governo não tem pagado as emendas parlamentares. “Da minha parte, não tem insatisfação. Mas o que os deputados estão cobrando é o normal, que é o pagamento das emendas. É normal a gente cobrar as emendas. É ano de eleição municipal, e a gente precisa atender aos municípios”, afirmou.

Na semana passada, em entrevista à imprensa, Jerônimo admitiu que havia descontentamento na sua base política e buscaria resolver. “Entendo muito bem disso. Vou tratar. Onde tem fumaça, tem fogo e tenho que cuidar disso”, ressaltou.

Votações

O governo tem, nesta terça-feira, duas provas de teste. O reajuste de apenas 4% tem gerado a revolta dos servidores estaduais, que tiveram perda salarial de 35% nos últimos oito anos, segundo o estudo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese).

Os policiais civis e militares, que dizem ter tido uma perda salarial de 55% nos últimos 10 anos, inclusive, dizem que vão comparecer nesta terça na Alba para protestar contra o governo.

Uma emenda para alterar a proposta de reajuste para 10% foi apresentada pelo deputado estadual Alan Sanches (União Brasil), líder da oposição na Alba. “A gente considera que 4% é uma proposta muito mesquinha do governo, porque sequer oferece ganho real aos servidores”, afirmou ele.

A outra matéria, que deve ser apreciada, é do sétimo pedido de empréstimo. No dia 24 de abril, o governo estadual enviou à Alba um pedido de empréstimo no valor de US$ 400 milhões, o que equivale a R$ 2 bilhões, para a Reconstrução e Desenvolvimento. A administração petista já acumula um total de R$ 3,7 bilhões em créditos. No mês passado, inclusive, Jerônimo conseguiu aprovar na Alba um pedido de R$ 400 milhões.