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Gás vendido na Bahia é 75% mais caro que o da Petrobras; saiba o motivo

Estado tem o quarto maior preço de GLP do país

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 05:25

Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), gás de cozinha
Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), gás de cozinha Crédito: Shutterstock

Um dos maiores vilões do orçamento dos baianos, o gás de cozinha sofreu um novo reajuste no dia 1º de fevereiro e, desde então, tem o quarto maior preço do país. O produto, que tem produção na Refinaria de Mataripe, atualmente é vendido aos distribuidores a R$ 60,85, sendo este um valor 75% mais caro do que o valor praticado pela Petrobrás, que tem comercializado o botijão de 13kg por R$ 34,70. As informações são de um estudo liderado pelo economista Eric Gil, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) e da Associação dos Engenheiros da Petrobrás, Núcleo Bahia (Aept-BA).

Segundo o estudo, o preço atual do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) atingiu o maior patamar desde a privatização da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), que passou a se chamar Refinaria de Mataripe e ser de responsabilidade da Acelen. Até outubro de 2023, tanto a Acelen quanto a Petrobrás mantinham os preços semelhantes, mas isso veio mudando ao longo do tempo.

Para Eric Gil, uma das principais razões da mudança é a falta de concorrência enfrentada pela Acelen. “Ela se beneficia de um mercado sem concorrência na Bahia, já que é a única grande produtora no estado. Mas, para além de estar cobrando um preço 75% acima da Petrobras, ela também cobra preços acima dos internacionais, que atualmente são de R$ 45, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)”, afirma.

Em contrapartida, a Petrobrás definiu, desde 2023, que teria preços inferiores às concorrentes, mesmo sem se desvincular totalmente dos preços internacionais. O que motivou a decisão, conforme explica o economista, é o fato de que a empresa tem uma grande produtora de petróleo e gás, além de ter uma grande refinaria. Outro fator é que ela é uma estatal.

“O único objetivo dela não é maximizar seu lucro. Ela também leva em conta o bem-estar dos consumidores brasileiros, que compõem o sócio majoritário da companhia, através do Estado brasileiro”, pontua Eric Gil.

Em nota, a Acelen esclareceu que o preço do GLP da Refinaria de Mataripe segue critérios do mercado internacional que levam em consideração variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dólar e frete, podendo variar para cima ou para baixo.

“Os preços do GLP da Acelen são reajustados mensalmente de acordo com as variáveis mencionadas, respeitando regras contratuais estabelecidas junto aos seus clientes e homologadas pela ANP. No mês corrente, os preços do GLP foram impactados pelo forte alta do dólar durante o mês de janeiro”, escreveu a Acelen em resposta ao CORREIO.

A empresa ainda acrescentou que, assim como as demais refinarias privadas no Brasil, busca maior competitividade na oferta de petróleo brasileiro, matéria prima que considera essencial para produção de derivados, já que adquire o produto a preço internacional.

Impactos para os revendedores

Robério Souza, presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas), destaca que o aumento do valor do gás pela refinaria tem causado uma baixa procura pelo produto, o que tem impactado os revendedores. “É um produto de primeira necessidade, que antecede a compra do feijão, arroz e macarrão, mas a procura vem diminuindo por falta de recursos dos consumidores”, destaca.

“O nicho de pessoas que fazem comida para complementar a renda também tem enfrentado enormes desafios. Alguns nem têm conseguido repassar o preço do gás e saindo da atividade”, acrescenta.

Diante desse cenário, Robério analisa que o momento do gás de cozinha é crítico. “Esse alto custo é um malefício, porque esse ajuste é na ponta. Nós não conseguimos fazer uma composição de custos para poder adequar os nossos preços praticados. O que temos feito, ao longo dos anos, é somente repassar o reajuste que é dado. [...] Tem muitos empresários do ramo do gás de cozinha, inclusive, que estão repassando o negócio”, finaliza.