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Gás de cozinha é vendido por até R$ 153 na Bahia

Baianos relatam dificuldade para ter produto em casa

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 05:00

Botijão de gás vai ficar mais caro a partir de hoje
Botijão de gás Crédito: Divulgação

Com efeito em cadeia, os sucessivos reajustes no preço do gás de cozinha pela Refinaria de Mataripe têm feito com que os distribuidores repassem o valor mais caro para os revendedores, que, por sua vez, revendem mais caro para o consumidor final. O mais recente levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que corresponde a semana dos dias 9 a 15 de fevereiro, mostrou que o gás comprado pelos baianos é vendido por até R$ 153.

Segundo dados da ANP, atualmente, o preço médio do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) ao consumidor final, no estado, é de R$ 123,60. Com isso, a Bahia teve o quarto gás de cozinha mais caro do Brasil na última semana, ficando atrás apenas de Roraima (R$ 136,91), Amazonas (R$ 126,66) e Tocantins (R$ 125,60).

O valor mais em conta do produto na última semana, na Bahia, foi comercializado por R$ 100, o que ainda é considerado caro pela maioria dos consumidores. Marcos André dos Santos, presidente da Aept-BA, analisa que a população mais pobre é sempre a mais impactada pelos reajustes. “Os setores mais abastados das cidades consomem o gás encanado, que é pelo menos 50% mais barato do que o gás de cozinha”, diz.

“São as pessoas mais pobres as que buscam meios alternativos para cozinhar o alimento quando o gás falta, o que inclui o álcool. Os indicadores de queimadas já aumentaram por conta da dificuldade dos mais pobres de consumir esse item essencial. Esse benefício não se trata de um benefício supérfluo ou substituível. Então, submeter os mais pobres a quase uma era pré-histórica, fazendo fogo a partir de lenha, é uma maldade”, ressalta Marcos André.

O produto, que tem produção na Refinaria de Mataripe, está sendo vendido aos distribuidores apor R$ 60,85, sendo este um valor 75% mais caro do que o valor praticado pela Petrobrás, que tem comercializado o botijão de 13kg por R$ 34,70. As informações são de um estudo liderado pelo economista Eric Gil, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) e da Associação dos Engenheiros da Petrobrás, Núcleo Bahia (Aept-BA).

A dona de casa Aline Alves da Silva, 34 anos, conta que está enfrentando dificuldades para ter o produto em casa, porque ele tem custado R$ 150 em Santa Rita de Cássia, no Extremo-Oeste da Bahia, onde vive. “Eu até consigo comprar, mas me aperto um bocado. Deixo de comprar um pacote de arroz, feijão e óleo. Vou me virando, porque não posso ficar sem comer, sou mãe de três crianças pequenas”, fala.

Na capital Salvador, a comerciante Julita Pereira tem encontrado o gás de cozinha por R$ 140. Segundo ela, o valor já é com desconto devido à amizade que já estabeleceu com o vendedor. Ainda assim, ela demonstra que não tem como ficar satisfeita com o preço. “Eu cozinho muito, porque tenho um negócio em que faço muita fritura. Então, busco ao máximo economizar e acabo trocando o gás depois de um mês e meio”, relata.

A dona de casa Fátima Ferreira, que mora em Ibicuí, no Centro Sul da Bahia, tem buscado alternativas para economizar ao máximo o botijão de R$ 120 que tem sido comercializado na cidade. Ela lembra que, há cerca de dois anos, o produto custava R$ 90 e, por isso, não se conforma com o reajuste. “Eu acho que está caro. Mesmo assim, a gente vai se virando. Vou usando o fogão a lenha para fazer o feijão e a carne. Desse jeito, o botijão acaba durando dois meses”, conta.

Em nota, a Acelen esclareceu que o preço do GLP da Refinaria de Mataripe segue critérios do mercado internacional que levam em consideração variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dólar e frete, podendo variar para cima ou para baixo.

“Os preços do GLP da Acelen são reajustados mensalmente de acordo com as variáveis mencionadas, respeitando regras contratuais estabelecidas junto aos seus clientes e homologadas pela ANP. No mês corrente, os preços do GLP foram impactados pelo forte alta do dólar durante o mês de janeiro”, escreveu a Acelen em resposta ao CORREIO.

A empresa ainda acrescentou que, assim como as demais refinarias privadas no Brasil, busca maior competitividade na oferta de petróleo brasileiro, matéria prima que considera essencial para produção de derivados, já que adquire o produto a preço internacional.