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Gafe com RG, problemas de deslocamento e atraso marcam 2º dia de Enem

Avaliação com conteúdo de Exatas aconteceu na tarde deste domingo (10) em todo o país

  • Foto do(a) author(a) Elis Freire
  • Elis Freire

Publicado em 10 de novembro de 2024 às 16:40

Portões fecharam às 13h
Portões fechram às 13h Crédito: Ana Albuquerque / CORREO

Neste domingo (10), às 12h (horário de Brasília), as portas de diversas escolas na Bahia e no Brasil se abriram para a realização do segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os portões ficaram abertos até às 13h para o primeiro passo dos estudantes na busca de uma vaga no ensino superior: conseguir realizar a prova.

A prova começou às 13h30 e os estudantes têm até às 18h30 para responder a 90 questões; 45 de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e 25 de Matemática. Porém, para poder enfrentar tantas questões de diversas áreas, o estudante soteropolitano precisou superar um obstáculo: conseguir realizar a prova.

Esquecimento de material obrigatório, problemas de deslocamento e crise de ansiedade foram alguns dos empecilhos enfrentados pelos candidatos para ao menos conseguir lutar pela tão desejada vaga com o conhecimento que adquiriu durante o ano de estudos. Não só os indesejados atrasos marcaram a realização do Enem em Salvador.

Beatriz Queiroz, por exemplo, jovem de 18 anos, mesmo chegando dentro do horário para acessar o local de prova, ela não pôde entrar para fazer o principal exame para ingressar no sistema superior no Brasil, já que ela não levou a carteira de identidade.

A estudante chegou em torno das 12h e ficou na entrada do Colégio Central em Nazaré aguardando a sua mãe levar documento esquecido pela jovem, mas os portões se fecharam pontualmente às 13h, antes da chegada do RG tão esperado.

O sonho de Beatriz é cursar medicina e ela estuda há três anos para conseguir este feito.

Ela não conteve as lágrimas ao descobrir que não iria poder lutar pela sua vaga neste ano. Mas, a candidata garantiu que vai tentar novamente no ano que vem. Durante 2025, ela terá todo o ano para se preparar e chegar ainda mais preparada, para responder às questões e para garantir os itens obrigatórios: RG e caneta preta em material transparente.

“Minha família toda é da área de saúde. Estudei tanto, tem três anos. Mas minha mãe não chegou há tempo”, desabafou a candidata aos prantos.

Longe do local de prova

Um outro empecilho para poder realizar o exame integrado em todo o país é a distância da moradia para o local de prova. Muitos estudantes vêm de longe para realizar o Enem e buscar seu sonho de ingressar em uma universidade.

Carolina, de 22 anos, foi umas destas, que teve de vir de município da região metropolitana até uma escola no centro de Salvador para realizar a prova. Moradora do Quilombo Rio dos Macacos, em Simões Filho, ela saiu com 3h de antecedência para realizar sua prova no Colégio Estadual Manoel Novaes, no Canela.

A jovem, que pretende cursar Medicina na Universidade Federal da Bahia, reclamou da distância do local de prova da sua moradia. Para ela, a organização do exame deveria garantir que todos fizessem o Enem em um local o mais próximo possível de casa, para inibir atrasos e problemas no deslocamento

“Cheguei bem mais cedo que as meninas. Eles deveriam disponibilizar uma escola mais perto. Levo mais de uma hora para vir de Simões Filho. Cheguei cedo, mas poderia ter chegado muito tarde, se tivesse algum problema,” afirmou Carolina, que chegou em torno das 11h.

A estudante quilombola escolheu a área da saúde porque sempre foi chamada de “enfermeira” por seu avô, já que ela sempre cuidou de todos a sua volta. Para ela, a escolha profissional será uma forma de honrar o espírito de comunidade.

Ansiedade diante do Enem

Outro candidato que também resolveu garantir que realizaria a prova, chegando com a maior antecedência possível foi Ivan Cruz, de 20 anos. Ele chegou às 10h15 no Colégio Central, em Nazaré, para ficar aguardando pelo horário de abertura das portas às 14h.

Morador de São Cristóvão, Ivan decidiu prezar pela antecedência e pegou um ônibus às 9h30 da manhã, chegando com calma no Colégio Central, no centro da cidade. Ele iria pleitear uma vaga para o curso de Direito em uma universidade pública.

“Vou fazer o curso de Direito para ficar por dentro das leis. É muito interessante. Ao longo dos anos as leis foram mudando sobre respeito do clima, do meio ambiente e dos outros”afirmou o estudante que disse estar tranquilo com a maioria das disciplinas do segundo dia de prova. Só matemática o deixava com frio na barriga.

“Física é muito fácil, química também. Matemática que é difícil demais, principalmente álgebra”, ressaltou.

Porém o que atrapalhou o jovem foi a ansiedade, 10 minutos após entrar no colégio, quando os portões se abriram às 12h, ele desistiu e resolveu ir embora. O sentimento agoniante de ter que fazer algo tão importante pelo seu futuro profissional. Ele saiu correndo de volta para casa.

O Enem deste ano, assim como nos anteriores, foi dividido em duas etapas. A primeira prova de Ciências Humanas, Redação e Linguagens já foi realizada por estudante de todo o Brasil no último domingo (3).