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Vitor Rocha
Publicado em 10 de outubro de 2024 às 06:30
O furacão Milton foi postulado como um dos maiores da história. O fenômeno chegou a ser um possível candidato para redefinir a escala Saffir-Simpson, com um inédito grau seis. No entanto, novas previsões indicaram que o furacão alcançaria apenas o grau três.
De acordo com a métrica utilizada para medir o poder destrutivo dos furacões, a categoria três possui ventos entre 178 km/h e 208 km/h, com chances de interromper o fornecimento de água e energia por dias ou até mesmo semanas.
A meteorologista Andrea Ramos, do instituto Climatempo, explicou que os furacões precisam de condições específicas para se formarem, por isso são mais comuns no hemisfério norte, não afetando países como o Brasil. "Os furacões ocorrem em latitudes adequadas, geralmente entre os paralelos 10° e 30° do hemisfério norte, onde o efeito da rotação da Terra faz com que os ventos possam convergir e subir ao redor da área de baixa pressão. Essa rotação é o que dá aos furacões sua característica forma espiralada", informou.
Ela também destacou que um dos fatores que tornam essa região mais propensa a furacões é que o oceano Atlântico, nas latitudes tropicais, mantém a temperatura adequada para a formação desses fenômenos durante mais meses do ano. "Outro fator é a circulação dos ventos que empurram os furacões. Os ventos alísios, predominantes nas latitudes tropicais baixas, sopram de leste para oeste, levando os ciclones para as costas do Caribe, Golfo do México e Estados Unidos. O trajeto desses ventos também é influenciado pela rotação da Terra, o chamado efeito de Coriolis, que faz com que eles tendam a se desviar para o norte", acrescentou.
Os furacões são um dos principais fenômenos naturais que atingem os Estados Unidos, especialmente a Flórida. Somente neste ano, além do furacão Milton, o estado foi impactado pelos furacões Debby e Helene, de graus um e quatro, respectivamente. O segundo deixou mais de 200 americanos mortos.