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Da Redação
Publicado em 6 de março de 2024 às 13:40
Os trabalhadores da Acelen, antiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada em São Francisco do Conde, a 80 quilômetros de Salvador, paralisaram as atividades nesta quarta-feira (6) e realizaram um ato no Trevo da Resistência, que dá acesso à refinaria, em Mataripe. A categoria denuncia que a empresa começou uma demissão em massa de trabalhadores próprios e terceirizados após o anúncio de que a Petrobras terá novamente o controle acionário da fábrica.
Segundo Deyvid Bacelar, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), cerca de 1.200 pessoas estiveram no ato em protesto que envolve 170 trabalhadores terceirizados e 30 funcionários próprios da Acelen demitidos. Os trabalhadores não entraram na empresa desde as 6h15 da manhã e houve paralisação nos três principais portões da refinaria. Durante a manifestação, segundo o porta-voz, a diretoria de RH da Acelen decidiu receber uma comissão dos representantes sindicais.
Em nota, a Refinaria de Mataripe negou a demissão em massa e informou que está "em constante busca por mais eficiência e competitividade para sua operação". "Nosso compromisso continua sendo com o abastecimento regional em condições competitivas de mercado e com o diálogo próximo às entidades sindicais", diz.
A empresa conta hoje com 1.725 empregados, dos quais 700 são terceirizados, informa Bacelar. Atualmente, as entidades sindicais vinham travando negociações em defesa de 300 funcionários da Petrobrás transferidos da refinaria, depois da privatização.
Em viagem ao Oriente Médio, em fevereiro, o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, anunciou que está construindo uma parceria com o fundo árabe Mubadala Investment Company para que a estatal brasileira retome a operação da Rlam. “Tudo indica que depois desse anúncio, a Acelen esteja reduzindo o número de efetivo - próprio e terceirizado -, o que impacta na manutenção das unidades e na segurança das atividades”, disse Bacelar.
A refinaria está localizada no distrito de Mataripe, em São Francisco do Conde (BA), e seus ativos logísticos, em Madre de Deus (BA). Foi a primeira refinaria nacional, iniciando suas operações em setembro de 1950, e é hoje a segunda maior do país.
A unidade, que nasceu em 17 de setembro de 1950, antes mesmo da criação da Petrobras, com o nome de Refinaria Nacional do Petróleo, foi impulsionada pela produção do óleo em Candeias.
A refinaria iniciou sua operação com uma produção significativa para a época: 2.500 barris por dia. A Refinaria foi responsável por manter, durante quase três décadas, a Bahia como o único estado produtor de petróleo no Brasil, chegando a produzir 25% da demanda do país.