Funai manifesta pesar e diz estar indignada com ataque no Sul da Bahia

Dirigentes da instituição estão em Potiraguá para acompanhar a investigação do caso

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  • Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2024 às 13:10

Ataque foi motivado por disputas por terra Crédito: Divulgação/ Mupoiba

A morte da indígena Maria de Fátima Muniz de Andrade, a Nega Pataxó, ocorrida no município de Potiraguá, durante a retomada de terra por fazendeitos, no domingo (21), está repercutinho. O ataque deixou oito pessoas feridas. Manifestantes estão bloqueando estradas em protesto e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) emitiu uma nota, no final da manhã desta segunda-feira (22), dizendo estar indignada.

Os dirigentes da instituição estão no território Caramuru, em Potiraguá, onde houve o conflito, para acompanhar o caso. Em nota, a Funai disse que Nega Pataxó teve uma vida dedicada à luta pelos direitos e pela cultura dos povos indígenas, e que ela foi um exemplo de resistência.

"A Fundação Nacional dos Povos Indígenas manifesta seu profundo pesar e indignação diante do assassinato da líder indígena Pataxó Hã Hã Hãe Maria de Fátima Muniz de Andrade, ocorrido durante um violento ataque perpetrado por um grupo autointitulado 'Invasão Zero', na retomada do território Caramuru, município de Potiraguá, no Sul da Bahia", diz a nota.

A instituição lembra que além do homicídio, ocorreram tentativas de homicídio e agressões físicas contra dezenas de indígenas, como o caso de um homem que foi submetido a uma cirurgia de emergência, uma mulher que teve fraturas, e outros pacientes que foram hospitalizados, mas não correm risco de morte.

A presidenta da Funai, Joenia Wapichana, e a diretora de Proteção Territorial, Janete Carvalho, integram a comitiva do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) que está na região, liderada pela ministra Sonia Guajajara, através do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas.

"A Funai expressa solidariedade aos familiares e ao povo Pataxó Hã-Hãe-Hãe neste momento de luto. Comprometida com a justiça, a Funai acompanha de perto as investigações para que os autores do crime sejam responsabilizados, e a segurança dos povos indígenas Pataxó Hã Hã Hãe seja assegurada", conclui em nota.