Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Elaine Sanoli
Esther Morais
Publicado em 5 de dezembro de 2024 às 19:08
O advogado autor da denúncia contra o diretor do presídio de Feira de Santana afirmou ter sido encurralado por oito policiais penais durante uma visita ao Conjunto Penal de Feira de Santana. Segundo relato do profissional, ele foi ofendido e teve seu celular temporariamente retido pelo gestor, José Freitas Júnior. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na Bahia pediu o afastamento do diretor da unidade, protocolou representações e acompanha o caso por meio da Comissão de Prerrogativas. >
"Tomei a decisão de gravar uma parte do ocorrido como forma de prova. Embora tenha realizado a gravação de maneira natural, fui cercado por oito subordinados policiais penais armados e o diretor tomou meu celular de forma autoritária e truculenta e me ofendeu verbalmente", relata o advogado Jan Clay Alves.>
Ele conta que esteve no presídio na quarta-feira (4) para atividades rotineiras. Ao não conseguir acessar a sala da OAB/BA, ele foi informado de que o local estava fechado para limpeza. "Enquanto tentava comunicar este incidente ao grupo da Comissão de Direito Criminal, fui informado de forma ríspida por um agente da Polícia Penal, que de maneira inapropriada alertou-me que eu não poderia permanecer com o celular em mãos". >
O diretor Junior foi acionado neste momento e chegou até o local, onde foi informado da situação, segundo Jan. "Ato contínuo, em atitude desrespeitosa, o diretor do presídio começou a gritar, proferindo frases afirmativas do tipo: 'quem manda no presidio sou eu, porque eu sou o diretor', 'não vou parar de gritar porque sou o diretor', 'seu forasteiro'", relembra.>
Ainda de acordo com o advogado, o gestor teria tentado o retirar da unidade e retido o seu celular por aproximadamente 10 a 15 minutos. >
A reportagem procurou a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) para saber se o caso foi registrado e qual a decisão da pasta e aguarda retorno. >
Em nota, a OAB de Feira de Santana disse que não aceitará "a violação das prerrogativas da advocacia em nenhuma circunstância, especialmente quando acompanhadas de atos violentos, que atingem não só o colega em questão, mas vilipendia toda a classe".>