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Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2023 às 18:22
Um dos sete criminosos que fugiram do Complexo Penitenciário Lemos Brito (PLB), na Mata Escura, no último sábado (21), foi morto nesta segunda-feira (23), em Candeias, Região Metropolitana, durante ação da polícia. Um investigador da polícia civil ficou ferido na troca de tiros. Na ação, aproximadamente meia tonelada de drogas foi apreendida em um bunker.
Equipes do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), com o apoio do Departamento de Inteligência Policial (DIP), da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core) e do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer), cumpriram um mandado de busca e apreensão dentro de um imóvel que pertence a um dos fugitivos do sistema prisional, responsável pelo tráfico de drogas naquela região e também um dos líderes de um grupo criminoso.
Dentro do imóvel, foi apreendido, meia tonelada de drogas, entre maconha, crack e cocaína, dois fuzis calibres 5.56 e 7.62, uma balança industrial, uma máquina para contar dinheiro, três rádios comunicadores, cinco aparelhos celulares e uma faca, além de milhares de munições.
Durante as ações, policiais civis foram recebidos a tiros. Um investigador foi atingido e socorrido para uma unidade de saúde. Após ser medicado, recebeu alta médica. Um dos criminosos também foi alvejado, socorrido para o Hospital do Subúrbio, mas não resistiu. Dois homens e duas mulheres que estavam no imóvel do criminoso foragido foram presos.
No último sábado (21), sete criminosos fugiram do Complexo Penitenciário Lemos Brito (PLB), na Mata Escura. Eles fazem parte do Bonde do Maluco (BDM), facção criminosa que foi criada em 2015, no próprio Complexo Prisional da Mata Escura, que tem o PLB como uma de suas unidades. O pavilhão V, de acordo com fontes de dentro da Polícia Militar da Bahia (PM), é conhecido por ser um módulo do grupo, já que, nas unidades prisionais, os detentos de facções rivais são separados para evitar confrontos.
Os fugitivos foram identificados como Virgínio de Alcântara Filho, Elivelton de Jesus Santos, Jeferson Silva Souza, Íkaro da Costa Santos, Jeferson Silva de Carvalho, Flávio Bastos Carneiro e Fábio Souza dos Santos. Ainda não se tem informações de quem seria fugitivo morto na ação desta segunda-feira (23).
Uma das lideranças é Fábio Souza dos Santos, que é conhecido como ‘Geleia’ e comandava as ações da facção Bonde do Maluco (BDM) na localidade Vila de Abrantes, em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS), até ser preso no Paraguai em 2018. Um dos crimes atribuídos a Geleia é o assassinato do investigador Luiz Alberto dos Santos, que trabalhava na Delegacia de Abrantes. Segundo a polícia, Geleia mandou matar o policial em 2017 por causa das ações das polícias Civil e Militar em Abrantes. O fugitivo teria, inclusive, participado de esquema onde pagava cerca de R$ 50 mil para policiais penais e terceirizados que facilitassem a entrada de celulares no PLB.
O outro líder identificado por fontes da polícia é Íkaro da Costa Santos, conhecido como ‘Cabeça’, que também atuava pelo BDM na região de Abrantes, assim como Geleia. Apesar de não haver registros de homicídios, Íkaro estava preso por tráfico de drogas e ‘condutas afins’. A terceira liderança, no entanto, não foi identificada pela fonte da polícia.
A fuga dos sete detentos aconteceu às 12h40 do sábado. No entanto, o Sinspeb afirma que o Batalhão Geral da PM sabia de uma ‘movimentação estranha’ no módulo desde às 9h30 do mesmo dia. Revion Pimentel, presidente do sindicato, afirma que o comando do batalhão tem que detalhar o que ocorreu.
"A fuga ocorreu porque a PM não fez seu papel. A vigilância perimetral é de responsabilidade da PM através do batalhão de guarda. O comandante do BG deve explicação à sociedade, ele deve explicar porque as guaritas foram abandonadas", diz, lembrando que as guaritas do batalhão estavam sem agentes no momento da fuga.