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Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2023 às 21:22
A esposa e o filho de 18 anos, do deputado estadual Binho Galinha, investigado por suspeita de chefiar uma milícia ligada à agiotagem e outros crimes em Feira de Santana, estão entre os seis presos pela Polícia Federal (PF) na operação 'El Patron', na última quinta-feira (07).
As prisões ocorreram durante o cumprimento de mandados de prisão preventiva pela PF e pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA). A esposa do parlamentar foi identificada como Mayana Cerqueira da Silva, de 43 anos, e o filho como João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, de 18 anos.
O deputado Binho Galinha não foi preso por causa do direito ao foro privilegiado. Segundo o Ministério Público da Bahia (PM-Ba), após passarem por audiência de custódia, na cidade de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador, Mayana teve a prisão convertida para domiciliar, porque tem um filho de 12 anos, e João Guilherme teve a preventiva mantida e foi encaminhado para o presídio em Salvador.
Ao todo, seis pessoas foram presas: João Guilherme, Jorge Piano, Jackson Macedo Araújo Júnior, Roque de Jesus Carvalho, Mayana Silva e Josenilson Conceição. Entre eles, três policiais militares, que não tiveram os nomes identificados e são acusados de atuarem como o braço armado da organização criminosa. Eles estão na Coordenadoria de Custódia Provisória.
O deputado mais 14 pessoas foram denunciadas pelo MP: Kléber Cristian Escolano de Almeida, Thierre Figueiredo Silva, Nilma Carvalho Pereira, Ruan Pablo Pereira Carvalho, Alexandre Pereira dos Santos, Washington Martins Silva, Mayana Cerqueira da Silva, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, Jorge Vinícius de Souza Santana Piano, Jackson Macedo Araújo Júnior, Vagney dos Santos Aquino, Josenilson Souza da Conceição, Roque de Jesus Carvalho, Bruno Borges França e Kleber Herculano de Jesus.
Foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, incluindo a casa e as fazendas do deputado. Foram apreendidos documentos, pasta de cocaína, armas e munições.
Denúncia
A denúncia foi recebida pela Justiça, que determinou, a pedido do MP, o bloqueio de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 26 imóveis urbanos e rurais, sendo dez fazendas, nove casas, quatro terrenos, dois apartamentos e uma sala comercial, quatorze veículos, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas. O MP solicitou à Justiça que determine o pagamento de multa superior a R$ 30 milhões por danos morais coletivos.
Segundo as investigações, a organização criminosa realizou, em uma década, movimentações bancárias superiores a R$ 100 milhões, total transferido diretamente ao longo do tempo pelos investigados e por empresas constituídas com o intuito de garantir aparência de licitude aos recursos movimentados.
Segundo a denúncia, o grupo contaria, ainda, com a participação de policiais militares do estado da Bahia, os quais integrariam o braço armado da organização criminosa, com atribuições de efetuar cobranças, mediante violência e grave ameaça, de valores indevidos oriundos de jogatinas e empréstimos a juros excessivos.