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Filho de vereador é assassinado em Dias d'Ávila: 'poderia ser qualquer um', diz pai

Maicmillan Azevedo Palmeira, 25 anos foi vítima de espancamento na madugada de sexta-feira (10)

  • Foto do(a) author(a) Luiza Gonçalves
  • Luiza Gonçalves

Publicado em 11 de janeiro de 2025 às 13:13

Maicmillan Azevedo Palmeira, 25 anos foi vítima de espancamento na madugada de sexta-feira (10)
Maicmillan Azevedo Palmeira, 25 anos foi vítima de espancamento na madugada de sexta-feira (10) Crédito: Reprodução/Instagram

O jovem Maicmillan Azevedo Palmeira, 25 anos, filho do vereador Joabe Palmeira (PSB), foi assassinado na sexta-feira (10), em Dias d’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador. A suspeita é que o rapaz tenha sido vítima de espancamento.

Segundo informações da Polícia Militar, uma viatura foi acionada para apurar a informação de que um homem havia sido morto na Rua F, no bairro Bosque II. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram o corpo de Maicmillan.

Ao CORREIO, o vereador Joabe Gonçalves Palmeira, pai da vítima, relatou que, por volta das 2h da madrugada de sexta (10), recebeu uma ligação de um assessor informando que seu filho havia sido espancado e estava sendo encaminhado para a UPA. Contudo, ao chegar ao local, não havia registro de sua entrada.

Joabe permaneceu por horas na unidade de atendimento e tentou contato com o filho sem sucesso, até ser informado pela polícia sobre a descoberta do corpo.

“É um momento muito doloroso, é complicado, difícil. Toda vez que me lembro, penso no meu filho ainda pequeno, eu levando ele para a escola, para a praça, passeando com ele no shopping. Ele deixou um filho, meu neto. Agora vou confiar na investigação da polícia e torcer para que as coisas deem certo”, desabafou o vereador, emocionado.

Acompanhado pela PM, sua esposa e seu irmão, Joabe compareceu ao local em que Maicmillan foi encontrado. “Eu preferi não ver o meu filho. Eu preferi guardar a memória dele da forma que ele veio ao mundo. Meu irmão, junto com a polícia, realizou a identificação”, contou.

O corpo foi encaminhado para o IML de Camaçari, onde será liberado no final da manhã para o sepultamento em Dias d’Ávila. A cerimônia de sepultamento deve acontecer nessa tarde. 

O local do crime era, até então, desconhecido para Joabe. “Quando ele falava para mim que estava morando em uma casa alugada, que estava se separando da esposa, dizia que tinha ido para Imbassaí [bairro em Dias d’Ávila]. E eu falei para ele que queria saber onde era essa casa, mas, infelizmente, toda vez que eu queria ir ele estava no trabalho. Só na morte, infelizmente, que eu vim saber que ele estava morando há mais de dois meses no Bosque”, relatou.

Para Joabe, uma possível motivação do crime estaria ligada a essa mudança de residência, em um bairro dominado por uma facção do tráfico de drogas oposta à do bairro onde o jovem nasceu e cresceu. “Ele não era envolvido com nada disso. Não sei o que deu nele para sair daqui e ir morar lá. Ele sabia dessa guerra de facções, quem é que não sabe? E ele não deixou a gente saber. Ninguém da nossa família sabia que ele estava morando lá. Então, eu tenho a suspeita de que tenha sido por esse motivo”, pontuou.

“Fica um alerta, minha revolta com a inoperância do Governo do Estado em relação a essa situação, a deixarm as coisas chegarem a esse nível. Vejo que o Estado está omisso a tudo isso. Assim como foi o meu filho, filho de um vereador, de uma autoridade da cidade, poderia ser o de qualquer outra pessoa, o que para mim tem o mesmo peso. Chegar a esse nível alarmante é muito preocupante. Espero que o governador possa tomar, o quanto antes, uma ação, uma atitude, e que a polícia possa achar os verdadeiros culpados pela morte do meu filho”, apelou Joabe.

Nas redes sociais, a Prefeitura e a Câmara de Vereadores de Dias d’Ávila emitiram notas lamentando o ocorrido e prestando solidariedade ao parlamentar e sua família. 

As circunstâncias do crime serão investigadas pela Polícia Civil.