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Publicado em 16 de julho de 2024 às 22:07
Filho de Mãe Bernadete, Jurandir Wellington Pacífico revelou, durante um evento no Ministério Público da Bahia com a ONU, nesta terça-feira (16), que vem sofrendo ameaças de morte. O professor falou que está sem dar aulas por conta da própria segurança. >
O ativista contou que há 22 dias recebeu uma mensagem dizendo que seria o próximo com figurinhas de bombas e armas. “Meu celular ficou para investigação e estou com outro número”, explicou.>
Pacífico teve sua mãe e seu irmão assassinados e ambos os crimes ainda não foram solucionados. Mãe Bernadete e Fábio Gabriel Pacífico, conhecido como Binho do Quilombo, eram representantes da Comunidade Pitangas dos Palmares, grupo quilombola localizado no município de Simões Filho, região metropolitana de Salvador. >
“Eu quero que fique registrado, porque quando mataram Binho, minha mãe nunca pensou que iria chegar nela e um cara entrou na casa e deu 25 tiros nela”, disse. Os relatos de Jurandir foram feitos durante um evento no Ministério Público da Bahia com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para discutir igualdade étnico-racial.>
Durante sua contribuição, o ativista também pediu a criação de uma superintendência quilombola no Estado. Ele disse que a ausência de um setor especializado sobrecarrega a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi). De acordo com o Censo de 2022, a Bahia é o estado com a maior comunidade quilombola do país. >
“Eu não tenho medo. Vou continuar com o legado de Mãe Bernadete e Binho”, concluiu sobre a ameaça.>
*Com orientação da subeditora Caroline Neves. >