Filho de ex-candidato a vereador é morto no Pero Vaz

Bandidos usaram o próprio perfil da vítima numa rede social para divulgar o crime

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  • Bruno Wendel

Publicado em 21 de janeiro de 2024 às 16:27

Filho de ex-candidato a vereador é morto a tiros no Pero Vaz
Filho de ex-candidato a vereador é morto a tiros no Pero Vaz Crédito: Arquivo Pessoal

O atendente comercial, Fábio Vivas da Paixão Filho, 24 anos, foi assassinado a tiros na tarde deste sábado (20), no bairro do Pero Vaz, em Salvador. Filho do ex-candidato a vereador pelo Republicanos, Fábio Vivas da Paixão, 42, ele teve a morte exposta em sua própria rede social pelos criminosos. “Desbloquearam o celular dele e filmaram ele agonizando. A mãe foi a primeira a ver a imagem”, contou o pai, na manhã deste domingo (21), no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR). Segundo ele, toda a família está arrasada.

O crime aconteceu na Rua Pero Vaz, por volta das 14h30, perto de uma rede de supermercado. Fábio chegou do trabalho pouco depois do meio-dia. “Ele almoçou e depois saiu de casa para cortar o cabeço. Foi aí que fizeram isso com ele. Meu filho foi baleado na cabeça, peito e costas e depois levaram a corrente, relógio e o celular”, contou o pai, que foi candidato na eleição de 2020, e hoje é assessor parlamentar.

A família busca uma resposta para a morte do atendente comercial. “Os policiais que estavam lá no dia, fizeram um levantamento e disseram zero de envolvimento dele (com o crime). Ele era um menino tranquilo, trabalhador, todo mundo gostava dele, dificilmente será alguma coisa relacionada à vingança. Também não acredito que tenha sido assalto”, declarou o ex-candidato a vereador.

Ele levantou a hipótese de o filho ter sido uma vítima inocente da rivalidade entre as facções, que proíbe os moradores de circularem em algumas regiões do próprio Pero Vaz. “Como ele não devia nada a ninguém, nascido e criado no bairro, conhecia todo mundo, se sentia seguro para andar e por isso pode ter passado por algum lugar que há essa rixa, porque aqui tem muito disso”, disse o pai.

Somente três dias após o crime, é que a família será ouvida no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). “Marcaram para o dia 23. É um absurdo. Eles não estão nem aí para elucidar o crime. Se fosse um policial, as coisas seriam bem diferentes. Infelizmente, ele (Fábio) será mais um na estatística”, desabafou o pai. Fábio era filho único. 

Em nota, a PC informou que, de acordo com informações preliminares, “vários homens dispararam contra a vítima” e que “a autoria e motivação estão sendo apuradas”.