FGM lamenta morte de músicos do Malê Debalê após ataque do CV em Arembepe

Crime foi motivado pela publicação de uma foto com 'sinais de facção' rival

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Publicado em 8 de outubro de 2024 às 16:50

Daniel e Augusto foram vítimas de execução
Daniel e Augusto foram vítimas de execução Crédito: Reprodução / Redes sociais

Os irmãos Daniel Natividade e Gustavo Natividade, músicos do Bloco Malê Debalê, foram mortos em ataque armado no Emissário de Arembepe na noite de segunda-feira (7). Nesta terça-feira (08), a Fundação Gregório de Mattos (FGM) lamentou as mortes e afirmou que toda a comunidade está de luto pela perda. 

"Com profundo pesar, a Fundação Gregório de Mattos e o Polo Criativo Boca de Brasa lamenta a brutal e covarde morte dos jovens Daniel Natividade, de 24 anos, e Gustavo Natividade, de 15. Talentosos artistas do bairro de Itapuã, formados no Projeto Malezinho, eles dedicaram suas vidas à música e à cultura de Itapuã", relembrou a instituição em nota.

As duas vítimas estavam em um passeio que saiu de Itapuã, mesmo bairro do bloco, para passar o dia na área turística que pertence ao município de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O ataque teria sido motivado pela publicação de uma foto com 'sinais de facção'. No local, barraqueiros contaram que Arembepe tem a atuação do Comando Vermelho (CV). Os traficantes da facção não estão, especialmente, no Emissário, mas teriam ido até o local após receber imagens onde jovens posaram com o 'sinal do 3', que faz referência a facção do Bonde do Maluco (BDM), rival do CV.

"Essas perdas irreparáveis enlutam não apenas a comunidade de Itapuã, mas toda a cidade. À todos os integrantes do Male Debalê, aos familiares e amigos de Daniel e Gustavo, os nossos sentimentos e a nossa solidariedade", finalizou a FGM. 

Presidente do bloco, Cláudio Araújo explicou que todos foram surpreendidos pela notícia. "Estou mal. Estamos [integrantes do bloco] realmente acabados. Eram meninos da nossa comunidade, nascidos aqui. Começaram no nosso grupo infantil, eram jovens solícitos e que jamais se envolveram com crime ou coisa ruim. A única coisa que eles faziam era fomentar a cultura por aqui", relata o presidente.

Tanto Daniel como Gustavo estavam na banda de transição do bloco, de acordo com Cláudio.