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Festa profana: soteropolitanos curtem lavagem com shows e apresentações privadas

Enquanto a música e a celebração animavam os pagantes, os ambulantes que trabalharam durante a Lavagem relataram uma queda drástica no faturamento em comparação a 2024

  • Foto do(a) author(a) Vitor Rocha
  • Vitor Rocha

Publicado em 16 de janeiro de 2025 às 21:41

Axézin Lavagem do Bonfim
Axézin Lavagem do Bonfim Crédito: Roque Holanda

O dia foi de curtição na Cidade Baixa após os rituais em homenagem ao Senhor do Bonfim. O cortejo e a caminhada pela manhã abriram caminho para que muitos baianos e turistas, ao som de axé e samba, aproveitassem a quinta-feira (16) em festas privadas, enquanto os ambulantes, do lado de fora, tentavam ganhar uma renda extra com a venda de bebidas.

No Axézin Lavagem do Bonfim, realizado na Chácara Baluarte, muita gente pagou para acompanhar as apresentações de Alexandre Peixe e É o Tchan. Na recepção do evento, baianas realizaram a lavagem simbólica e a troca de energia para 2025. Tânia Regina Sacramento, de 52 anos, baiana e filha de santo, destacou a importância espiritual do momento. "O Senhor do Bonfim é Oxalá para o Candomblé. Ele traz paz, energias positivas e renovação. Por isso, trazemos perfumes, fitas, amor e carinho para quem vem", disse.

A arquiteta Carol Fonseca, de 31 anos, não encarou os mais de seis quilômetros até à colina sagrada do Bonfim e foi ao evento exclusivamente para aproveitar a festa. "Nunca fui muito da caminhada, apesar de achar bonito todo o significado. Meu negócio é a farra mesmo", brincou.

Já no Te Vejo no Bonfim, realizado na Avenida da França, o samba de Xande de Pilares foi o destaque. No entanto, o clima da festa dividiu opiniões. A empresária Tácia Magalhães, de 40 anos, saiu no meio do evento reclamando da organização. "Estava muito cheio, não tinha espaço para nada. Além disso, estava cheio de lama, com muitas mesas e baldes espalhados. Não tinha como andar. Tivemos que ir para outro lugar", lamentou.

Também houve quem curtisse os shows até o final, como o turista alagoano Sérgio Caldas. O engenheiro de 42 anos veio de Maceió para passar as férias em Salvador e disse que a festa não deixou a desejar. "A Bahia tem uma energia muito diferente. A dança, a espiritualidade, toda a cultura é muito especial. Pretendo vir muitas outras vezes", declarou.

Ambulantes reclamam das vendas

Enquanto a música e a celebração animavam a galera da farra, os ambulantes que trabalharam durante a Lavagem relataram uma queda drástica no faturamento em comparação a 2024.

Patrícia Sena, que percorreu o Comércio com seu isopor desde as 7h da manhã, conseguiu apenas R$ 100 de lucro no fim do dia, dez vezes menos que no ano passado. "É muito ambulante para pouco cliente. Este ano está horrível. Vendi apenas cinco caixas de cerveja, e com cada uma lucro só R$ 20", desabafou.

O ambulante Aloísio Tavares, de 37 anos, também sentiu os impactos. Após um dia inteiro de trabalho, ele projetava lucrar R$ 1000, mas conseguiu apenas R$600, 60% do valor desejado. "Calculo minha vida baseado nisso. Preciso de movimento nas grandes festas para o mês girar. Assim fica puxado", comentou.

Geise Nunes, vendedora há 13 anos, ainda estava com estoque sobrando à noite. "Na última lavagem, neste horário [20h], eu já estava em casa. Hoje, ainda estou abarrotada de coisa", relatou, decepcionada.