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Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2024 às 15:48
Desde que aconteceu pela primeira vez, em 1820, até hoje (20), quando foi oficializada como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia, a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos se diferencia em meio à religiosidade católica baiana. A igreja, no Pelourinho, onde a festa acontece, foi fundada em 1685 por uma das primeiras irmandades de pretos do Brasil. O templo levou quase um século para ser construído, e a festa, outros 200 anos para entrar no livro de patrimônios da Bahia.
A Festa do Rosário é um elemento fundamental e inseparável da Irmandade do Rosário dos Pretos e acontece desde 1820. A celebração envolve a realização de uma missa cantada, um sermão e a exposição do sacramento, seguida de procissão solene pelas ruas do Centro Histórico. Neste domingo, a celebração foi ainda mais especial.
A Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi oficializada como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia, através de decreto publicado no Diário Oficial do Estado de sábado (19). O ato de entrega do título aconteceu um dia depois, durante missa festiva no templo religioso, que ficou lotado de fiéis.
Os estudos para o registro foram realizados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), após a Irmandade do Rosário solicitar a patrimonialização dos festejos e o Conselho Estadual de Cultura aprovar a inclusão da festa no Livro do Registro Especial dos Eventos e Celebrações.
O padre Lázaro Muniz, capelão da igreja, celebrou o reconhecimento. “Isso nos faz entender que esse legado tem que ser preservado por todos nós, além de nos motivar a manter viva a tradição recebida pelos nossos ancestrais”, disse. Para o diretor geral do Ipac, Marcelo Lemos, a patrimonialização da festa é também uma forma de reparação.
Marcelo Lemos
Direto geral do Ipac“Este trabalho começa agora, reconhecendo a patrimonialização dessa festa, para termos a certeza que essa tradição siga por mais 300 anos, porque todas as gerações precisam ter contato com essa história e saber que estão diante de um espaço de fé e de resistência”, destacou o secretário de Cultura Bruno Monteiro.