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Maysa Polcri
Publicado em 19 de fevereiro de 2025 às 06:00
A morte de Verusca Rendall de Carvalho, 54, que teve uma parada cardíaca após a realização de três cirurgias plásticas na terça-feira (18), em Salvador, reacendeu o alerta para os riscos de procedimentos estéticos. A administradora de imóveis foi submetida a intervenções no abdômen, mamas e pernas na clínica Clinday, em Ondina. >
O cirurgião plástico José Valber Lima Meneses avalia que toda cirurgia apresenta riscos. Quanto maior o tempo de procedimento estético, maiores são as chances de problemas. Entre as intercorrências mais comuns estão sangramentos e complicações relativas à sedação. >
"A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica fala muito sobre o tempo dos procedimentos. Cirurgia é um trauma muito grande e qualquer procedimento pode levar à morte. Quanto mais tempo o paciente passa na mesa de cirurgia e fica submetido à anestesia, maiores são as chances de complicações", explica o especialista. >
Segundo familiares de Verusca Rendall, as três cirurgias teriam duração de cerca de 15 horas. Ela deu entrada na Clinday às 9 horas de segunda-feira (17). O marido dela foi avisado da morte por volta das 5 horas de terça-feira (18). >
Laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) determinarão qual foi a causa do óbito. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e a clínica prestou os primeiros socorros necessários, segundo o perito criminal Edson Oliveira.>
As cirurgias de abdominoplastia, prótese de mama e retirada de gordura das pernas eram um sonho de Verusca. Mas, o cirurgião José Valber ressalta que o ideal é que os procedimentos sejam realizados individualmente. >
"A orientação é para que os procedimentos sejam feitos aos poucos, parceladamente, o que deve sempre ser relacionado ao tempo cirúrgico. Mas isso não impede que sejam realizados dois procedimentos em conjunto. Vai depender do tipo das cirurgias", afirma. >
O médico José Valber indica que os pacientes busquem, quando possível, hospitais que tenham Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que pode ser acionada em caso de complicações. "Se vai fazer uma cirurgia grande, busque locais que tenham UTI, com a maior segurança, para que o resultado seja o melhor possível", diz. >
A Clinday disse, em nota, que possuía na unidade profissional médico e equipe de plantão. "A Clinday sempre ofereceu aos seus pacientes estrutura moderna, seguindo os mais rigorosos protocolos de qualidade, e contínuo compromisso com a segurança e qualidade no atendimento, visando assegurar que todos os processos sejam constantemente revisados para manter o mais alto padrão assistencial", afirma. >
A clínica também informa que colabora com a investigação. "No momento, estamos colaborando integralmente com as autoridades para esclarecer os fatos com total transparência e que acompanhará de perto o acontecimento e todos os seus desdobramentos, a fim de garantir total conforto à família e a precisa elucidação do caso", completa. >
O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) informou que instaurou uma sindicância sobre o caso. No entanto, a qualquer momento, a família pode fazer parte do polo ativo da demanda. "O Conselho irá dar prosseguimento aos ritos da apuração de acordo com o previsto no Código de Processo Ético-Profissional (CPEP). Esclarecemos ainda que todos os processos na autarquia federal tramitam em sigilo processual, respeitando o amplo direito de defesa e do contraditório. Por fim, havendo sanções públicas transitadas em julgado, serão disponibilizadas para conhecimento da sociedade", finaliza a nota.>
Verusca Rendall de Carvalho, de 54 anos, morreu após dar entrada em uma clínica de cirurgia plástica em Ondina, em Salvador, para realizar procedimentos estéticos. Três cirurgias foram realizadas no abdômen, mamas e pernas durante a segunda-feira (17). O procedimento teve duração de 15 horas. >
O marido da vítima foi avisado que a paciente teve uma parada cardíaca depois da cirurgia por volta das 5 horas da manhã de terça-feira (18). Ela foi internada às 9 horas do dia anterior para realizar os três procedimentos de vez. As cirurgias de abdominoplastia, prótese de mama e retirada de gordura das pernas eram um sonho da paciente.>
"Só o marido dela sabia que ela faria as três cirurgias de vez. Ela não quis contar porque sabia que o resto da família não iria aprovar", contou Soraia Carvalho, irmã da vítima. O episódio ocorreu na Clinday, em Ondina. Segundo a família, Verusca não tinha problemas de saúde.>