Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Carol Neves
Publicado em 6 de março de 2025 às 12:19
Onze dos doze suspeitos mortos em uma operação policial em Fazenda Coutos, no Subúrbio de Salvador, no último dia do Carnaval, já foram identificados. Segundo a Polícia Militar, todos são suspeitos de fazer parte de uma facção que havia invadido uma localidade comandada por rivais (veja mais abaixo). >
Todos eles têm idades variando de 17 a 27 anos. Cinco corpos já foram liberados pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) e já podem ser buscados por familiares para o sepultamento. O DPT ainda trabalha na identificação do 12º morto. >
O caso é investigado pela Polícia Civil e acompanhado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA). Desde o dia das mortes, os ônibus pararam de circular. Ainda não há previsão de retorno do serviço. A Polícia Militar intensificou o policiamento no bairro após o episódio, que foi motivado por disputas entre facções rivais. Os moradores precisam caminhar por cerca de um quilômetro. >
Disputa de facções>
Apesar de estarem em Fazenda Coutos, as localidades conhecidas como Madeirite e Theotônio Vilela têm atuação de facções distintas que entraram em confronto antes da ação policial que acabou com 12 mortos na tarde de terça-feira (4). Na primeira, o tráfico de drogas está na mão de ‘A Tropa’. Na segunda, onde os suspeitos foram mortos, há atuação histórica do Bonde do Maluco (BDM). Uma divisão geográfica que quase teve fim por conta de uma traição interna no BDM e da união da facção A Tropa com integrantes do Comando Vermelho (CV), como informa uma fonte policial.>
“Há dois dias, já existia a informação de que dois traficantes do BDM tinham virado, quando você sai de uma facção para outra, e estavam botando o terror no Theotônio. Depois, esse número subiu para três. Logo na madrugada de terça-feira, esses relatos se multiplicaram e a polícia teve acesso às imagens que atestavam o movimento dos da Tropa que estavam no Madeirite e desceram para o Theotônio, já com os integrantes do Comando Vermelho”, relata o policial, que terá nome e cargo preservados.>
O secretário Marcelo Werner, da Secretaria da Segurança Pública (SSP), também falou do episódio. "Houve inicialmente uma área de conflito entre eles mesmos, entre as facções, na disputa que eles promovem em violência para o domínio de território, para tentativas de domínio de território", diz. Informações colhidas por denúncias e videomonitoramento comprovaram "o bonde chegando àquela localidade para provocar terror e a morte", acrescentou o secretário. Segundo ele, além de moradores expulsos de casa, há relatos de pessoas que permaneceram sob cárcere privado por horas na mira dos bandidos.>