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Família com deficiência intelectual desaparecida em rodoviária rodou 12 km em Salvador

Mãe e dois filhos tiveram desembarque antecipado e sumiram no terminal

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 25 de dezembro de 2024 às 18:32

Valdete (vestido florido), Ana Paula (short preto) e Eron foram encontrados pela família Crédito: Paula Fróes/CORREIO

Antes de serem encontrados na manhã desta quarta-feira (25), a mãe e os dois filhos com deficiência intelectual que desapareceram na rodoviária de Salvador rodaram cerca de 12 km na capital. Naturais de Itabuna, no sul da Bahia, os três vieram visitar a família em Salvador, mas não chegaram ao desembarque. Em vez de encontrar quem os esperava, portanto, saíram do local, que fica em Pernambués, é só pararam no bairro de Pau da Lima, onde foram acolhidos.

Valdete Conceição, 55 anos, é mãe de Ana Paula Brito, 19, e Eron Brito, 17, que sumiram com ela. Em conversa com a reportagem, ela explicou como foi parar em Pau da Lima, onde foi conduzida para uma paróquia. “Todo mundo desceu e a gente também. Saímos andando, eu e eles. A gente se perdeu, mas pegou um ônibus. Eu paguei com R$ 20 que tinha deles. Lá (Pau da Lima), pedi ajuda a uma mulher e ela me levou até o padre, que deu comida e nos deixou dormir na casa”, lembra.

Ainda que saiba relatar o ocorrido, Valdete estava confusa por não conhecer bem Salvador e só ter circulado na cidade de carro. Enquanto ela e os filhos saíram do local, Ana Paula Farias, irmã dos dois, esperou no desembarque, das 14h até as 19h, o ônibus que deveria chegar às 16h. “Fui até o guichê por conta da demora e, primeiro, a moça disse que ia atrasar por conta do engarrafamento, chegando às 18h. Depois, falou que o ônibus tinha chegado, mas eles não tinham embarcado. Porém, a gente sabia que uma amiga tinha colocado eles lá”, diz.

Ana Paula fala ainda que um funcionário checou as câmeras e mostrou os três saindo da área de serviços da rodoviária. Depois, funcionários da empresa afirmaram que o motorista relatou que os três tinham pedido para descer na guarita. No entanto, Valdete contou que eles e todos os outros passageiros desceram nesse local de serviços. Por conta disso, nenhum dos três chegou no desembarque, iniciando horas de terror para a família. “Desde que eu soube, comecei rodar a cidade toda é só cheguei em casa às 3h, desesperada por não ter encontrado. Aqui não teve ceia. Foram 12 horas de pavor mesmo até saber do paradeiro deles”, explica Ana Paula.

O caso aconteceu após a família viajar em um ônibus da Viação Águia Branca, que emitiu nota sobre a situação. "A viagem realizada pela Sra. Valdete e seus filhos Eron e Ana Paula, de Itabuna para Salvador, transcorreu normalmente, com desembarque no Terminal Rodoviário de Salvador, tudo dentro dos padrões estabelecidos pela legislação e regulatório que regem o modal", afirmou a empresa, que disse lamentar o desencontro dos familiares e que está à disposição das autoridades.

Essa foi a primeira vez que os três vieram a Salvador de ônibus. Em todas as outra oportunidades que estiveram aqui, eles vieram com a própria Ana Paula de carro. Valdete tem mais quatro filhos, além de Ana Paula e Eron. Dos seis, cinco têm a mesma deficiência que ela. Já em casa, os três devem permanecer em Salvador e a ceia da família foi transferida para esta quinta-feira (26) para celebrar o reencontro.