'Facções não causarão terror e nem vão implantar a política de medo', diz secretário da SSP

Um dia após episódios de violência no Alto das Pombas e Calabar, Marcelo Werner negou intervenção federal

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  • Da Redação

  • Wendel de Novais

Publicado em 5 de setembro de 2023 às 12:22

Comandante e secretário participaram de coletiva
Comandante e secretário participaram de coletiva Crédito: Reprodução

O secretário da Segurança Pública Marcelo Werner disse nesta terça-feira (5) que as facções criminosas não vão causar terror à população da Bahia. Em coletiva para falar dos episódios de violência no Alto das Pombas e Calabar, o secretário disse que a polícia baiana está "fazendo frente" e melhorando a questão da segurança no estado. "As facções não podem se sobrepor às forças de segurança e não causarão esse terror e nem vão implantar a política de medo que querem fazer por aqui", disse.

Werner negou também que a Bahia terá uma intervenção federal na área da segurança. "Negativamente, de forma alguma. A gente mostra pelas ações de inteligência e investimentos que há um avanço na melhora da segurança pública do estado", afirmou.

Ele destacou o reforço do policiamento nas regiões. "Essa operação vem sendo idealizada após a notícia que circulou onde uma facção fazia demonstração de poder bélico para, além de afrontar as forças de segurança, levar terror e medo para a população", disse. 

Werner afirmou que a situação de facções grandes nacionais chegando ao estado não é algo que tem acontecido somente na Bahia. "Vêm se associando cada vez mais com facções locais. Isso não é uma exclusividade da Bahia, diversos estados do Norte, Nordeste, Sul e Sudoeste vivem essa realidade. Associações das grandes facções não só para fornecimento de armas, mas de drogas também. Dentro dessas alianças, as principais facções de nosso país acabam transmitindo o modus operando para outras facções locais", disse. 

Ontem, a polícia apreendeu seis fuzis 556, oito pistolas e três granadas. Sete suspeitos foram mortos em troca de tiros com a Polícia Militar. Oito foram presos acusados de manter pessoas em cárcere privado. "Com os fuzis de ontem, chegamos a 44 armas desse modelo apreendidas desde o início do ano. É o dobro em relação ao que foi feito no ano anterior", disse o secretário.

O coronel Paulo Coutinho, comandante da Polícia Militar, também falou das ações nos bairros."Objetivamos primeiro a prisão de todos, preservando a vida até de delinquentes. Infelizmente, houve confronto onde sete homens foram mortos, mas oito foram presos", avaliou. "É claro que são ações legais e legítimas da polícia no local".

O comandante falou da situação de moradores do Alto das Pombas que preferiram sair do bairro ontem. "É um efeito colateral de qualquer ação dessa natureza. A gente, primeiro, se solidariza com as pessoas e a demonstração clara disso é a nossa presença com reforço policial no local".

Reunião com governador

O secretário falou de uma reunião com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) pela manhã. "Essa reunião é mais uma de trabalho, para que a gente possa traçar cada vez mais metas, não só de acompanhamento diário das ações que a gente vem realizando, mas também traçar metas para as forças de segurança, para que a gente possa melhorar e trazer paz e segurança a todos no nosso estado", disse.