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Ex-subcomandante da CIPM da Federação é preso por envolvimento com facções

Grupo de policiais vendia armas e munições apreendidas em operações e conseguidas através de colecionadores e caçadores

  • Foto do(a) author(a) Gil Santos
  • Gil Santos

Publicado em 21 de maio de 2024 às 13:18

Autoridades apresentam o caso na sede da Polícia Federal Crédito: Gil Santos/ CORREIO

Entre os dez policiais militares baianos presos durante a operação Fogo Amigo, deflagrada pela Polícia Federal, nesta terça-feira (21), está o ex-subcomandante da 41ª Companhia Independente da PM (CIPM/ Federação). O nome dele não foi divulgado, mas a polícia informou que quando ele começou a ser investigado foi afastado do cargo e colocado em funções administrativas. A investigação desse crime tem cerca de um ano. Em média, os PMs vendiam cerca de 10 mil munições e 20 armas por mês.

O ex-subcomandante tem a patente de capitão e esteve na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Água de Meninos, acompanhado pelo advogado. Ele desceu do carro usando uma camisa preta e óculos escuros, e não conversou com os repórteres. Além dele, foi preso outro capitão e oito praças, militares de baixa patente. Um ex-PM, que foi expulso da Corporação no começo de 2024 por envolvimento com o crime, também foi detido.

O corregedor-adjunto da Polícia Militar da Bahia, tenente-coronel Hilton Teixeira, explicou que um bombeiro militar também foi preso. No total, foram cumpridos 19 dos 20 mandados de prisão preventivas expedidos para a Operação Fogo Amigo, e houve uma prisão por porte ilegal de arma de fogo. Um PM de Petrolina, em Pernambuco, foi preso. Os outros são donos de lojas de armas, colecionadores de armas e caçadores envolvidos no esquema.

"A Polícia Militar tem a obrigação e o dever de servir à sociedade e o próprio policial militar também faz parte da sociedade. Em momento algum a Polícia Militar vai coadunar com qualquer tipo de comportamento desviante, sempre agindo para que isso não ocorra e demonstrando aos policiais que essa é a postura que temos que adotar. Com 35 anos de polícia não me sinto bem em saber que tem colegas que agem dessa forma, mas tenho a sensação de dever cumprido", afirmou o corregedor.

As armas eram obtidas de duas formas. Algumas eram apreendidas durante operações e desviadas antes de serem registradas. Outras pertenciam a colecionadores e caçadores, os chamados CACs, e eram repassadas para os policiais. A investigação apontou que muitos dos donos dos registros tiveram os nomes usados sem autorização, eram laranjas. Donos de lojas de armas em Juazeiro (BA), Petrolina (PE) e Arapiraca (AL) também foram presos.

O grupo estava agindo há pelo menos dois anos. A polícia não informou o nome da facção que recebias as armas, mas o CORREIO apurou que era o Bonde do Maluco (BDM). Os investigados responderão pelos crimes de Organização Criminosa, Comercialização ilegal de armas e munições, Lavagem de Dinheiro e Falsidade Ideológica, cujas penas, somadas, podem chegar a 35 anos de reclusão.

A ação é integrada com o GAECO Norte do MP/BA, e com o apoio da CIPE-CAATINGA, BEPI (PM/PE); CORE-Polícia Civil da Bahia; GAECO/PE; FORCE/COGER; CORREG (Polícia Militar da Bahia e de Pernambuco); e Exército Brasileiro,