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Trabalhadores aguardam há 10 anos processamento do pedido de recuperação judicial da empresa
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2023 às 23:06
Ex-funcionários da GDK Engenharia, antiga gigante do segmento no país, fizeram manifestações em frente ao Fórum Ruy Barbosa e à sede do Ministério Público (MP) estadual, no Centro de Salvador, nesta segunda-feira (10). O motivo foi a demora para o processamento do pedido de recuperação judicial da empresa, que se arrasta há 10 anos, assim como a espera pelo pagamento de direitos trabalhistas.
A dívida da GDK com ex-funcionários em todo o território nacional é R$ 36,4 milhões, segundo mostram documentos públicos. Quase metade disso — R$ 17 milhões — é devido apenas a quem atuava na Bahia, aponta o Sindicato dos Trabalhadores da Construção e da Madeira do estado (Sintracom).
Os anos de espera pelo pagamento incluem desacordos, crises políticas e econômicas, adiamento de assembleias, objeções e acusações de que a GDK prolonga o processo. A empresa baiana tem como credores desde banqueiros bilionários até ex-encanadores que veem suas casas alagarem quando chove. A dívida total chega a R$ 333,5 milhões.
Diretor de Aposentadoria do Sintracom, Raileucio Oliveira passou 17 de seus 62 anos na GDK, e as idas ao Fórum Ruy Barbosa já se tornaram rotineiras. Desta vez, houve conversas com o titular da 2ª Vara Empresarial, o juiz Benício Mascarenhas — hoje responsável pelo caso —, e com a Promotoria de Justiça do MP que atua na vara de Registros Públicos.
"A intenção nossa foi pressionar o Ministério Público e o Judiciário, para decretar falência da GDK, porque a auxiliar do administrador de Justiça ligou para a empresa e o corpo jurídico da empresa, e eles alegaram que só iam pagar à gente se vendessem o terreno da Ponta da Laje [terminal em Candeias]", explicou Raileucio.
Procurado, o criador e presidente da GDK Engenharia, Cesar Roberto Santos Oliveira, encarregou o advogado da empresa, Hernani Sá Neto, de responder à reportagem. Ele, por sua vez, afirmou que a situação já tinha sido explicada em entrevista recente ao CORREIO.