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Da Redação
Publicado em 11 de março de 2024 às 10:59
O irmão do entregador de pizza Heitor Pereira Souza Santos, 32 anos, assassinado no último sábado (9), no bairro do Uruguai, lamenta que essa morte não tenha sido um caso isolado na cidade de Salvador.
"Hoje mesmo teve um assalto lá no bairro [Uruguai] onde a vítima foi baleada", contou Pedro Henrique enquanto aguardava a sua vez de depor sobre a morte do irmão, no Departamento de Homicício e Proteção a Pessoas (DHPP).
Segundo ele, o crime está sendo tratado pela Polícia Civil como latrocínio, uma vez que roubaram a carteira e o celular de Heitor Pereira.
Há 15 anos a família mora no bairro do Uruguai e, há sete, tira o sustento da pizzaria, que funciona no térreo da casa. Além de Pedro Henrique, também trabalham no estabelecimento a sua esposa e um amigo de infância.
Na casa, moram ainda os três filhos do casal, um adolescente de 16 e duas crianças de nove e cinco anos. "É uma situação bastante dolorosa para toda a nossa família", disse.
Pedro contou que no momento do enterro seu filho de nove anos pediu para deixar uma garrafa de água no caixão do tio, para ele não sentir sede. "Hoje eles não entendem, mas daqui a um tempo vão entender tudo o que aconteceu".
Sobre o futuro da pizzaria, Pedro conta que ainda é algo incerto. "Estou desnorteado. No fim de semana a gente não abriu. Hoje também não vamos abrir. Estamos vendo como vai ser".
Impunidade
Ele também lamenta a impunidade e espera que ela não se repita novamente. Pedro lembra que o dono de uma panificadora vizinha à pizzaria também foi morto em uma situação semelhante, há mais de um ano, e até hoje ninguém foi preso.
"Pediram os pertences e ele entregou. Mas aí queriam a chave da casa dele e ele não quis dar, porque a família estava na casa. Por isso ele foi assassinado e não deu em nada. Infelizmente vivemos em um país onde a justiça é seletiva", concluiu.