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'Estamos aqui por causa do braço do estado violento': diz tio em despedida de jovem morta na Engomadeira

Enterro teve a presença de centenas de vizinhos e amigos, além dos familiares

  • Foto do(a) author(a) Yan Inácio
  • Yan Inácio

Publicado em 14 de abril de 2025 às 16:45

Enterro de Ana Luiza Silva dos Santos, 19 anos, morta durante ação policial na Engomadeira
Enterro de Luiza Silva dos Santos, 19 anos, morta durante ação policial na Engomadeira Crédito: Marina Silva/CORREIO

A jovem Luiza Silva dos Santos foi enterrada na tarde desta segunda-feira (14), no Cemitério da Ordem Terceira de São Francisco, na Quinta dos Lázaros. A estudante de 19 anos morreu durante uma ação policial na Engomadeira, no último domingo (13), após ser atingida por uma bala perdida na barriga quando estava a 20 metros da própria casa.

A cerimônia, que teve a presença de centenas de pessoas, foi marcada por comoção e protesto. O tio de Luiza, Antônio Carlos, acusou os PMs de serem os responsáveis por atingir a moça. “Hoje estamos aqui, diante do corpo dela, por causa do braço do estado violento que chega nas comunidades para matar os jovens”.

Enterro de Ana Luiza Silva dos Santos, 19 anos, morta durante ação policial na Engomadeira
Familiares, vizinhos e amigos participaram da despedida Crédito: Marina Silva/CORREIO

“Porque o único braço do estado que chega nas comunidades é esse. Os policiais armados, truculentos, que não respeitam a população. Porque, para eles, a mãe de família é mulher de traficante e nós, pais, somos marginais”, desabafou.

"É uma coisa comovente aquilo ali, para um pai que criou uma filha e tem que enterrar a única que teve por causa da incompetência dos policiais que não sabem trabalhar, não sabem agir", disparou Jane Santos, uma vizinha de Luíza.

Com muitos aplausos e sob forte emoção, os familiares se despediram pela última vez de moça de 19 anos. De acordo com com parentes, Luiza cursava o terceiro semestre de Estética e Cosmética em uma faculdade particular de Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador. 

Passeata

Familiares e amigos fizeram uma uma passeata depois do enterro da jovem. Por volta das 16h, o grupo se reuniu na entrada do Atacadão, na Estrada das Barreiras e fechou uma das vias da principal até por volta das 17h. O protesto foi marcado por diversos conflitos com policiais militares que escoltavam a manifestação. Os manifestantes pediram paz no bairro e acusaram os PMs de serem os responsáveis pela morte de Luíza.

Durante o protesto, o tenente-coronel Luciano Jorge, comandante da 23ª CIPM/Tancredo Neves, que incluiu a Engomadeira, disse à reportagem que não podia considerar o protesto “pacífico”. “A gente não pode dizer que são pessoas de bem estão nesse tipo de manifestação. Então, a polícia está aqui fazendo a presença para garantir o fluxo das pessoas, mas a comunidade está prejudicada”, declarou.

Homens encapuzados atearam fogo em pneus e fecharam a entrada do bairro. O clima de hostilidade chegou ao ápice quando foram disparadas balas de borracha na direção dos moradores, que revidaram com que parecem ser bombas, em vídeos que circulam nas redes sociais. 

*Com orientação da subeditora Monique Lôbo