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'Está faltando um pouco de inteligência policial': presidente da Integra analisa crescimento de queima de ônibus

Cinco bairros de Salvador estão sem ônibus nesta quinta-feira (17) por conta de episódios de violência

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 12:56

Cesar Nunes
Cesar Nunes Crédito: Marina Silva/CORREIO

Entre janeiro e outubro desse ano, oito ônibus já foram incendiados nas ruas de Salvador. Em 2023, nove veículos tiveram o mesmo destino. Os dados da Integra, que administra o sistema urbano de transporte, apontam um crescimento acelerado destas ocorrências. Segundo a empresa, de 2015 para cá, 30 veículos foram alvos de ataques que os incendiaram, sendo que 17 acabaram queimados no recorte recente de menos de dois anos.

Os números, para César Nunes, presidente da Integra, evidenciam uma falha de segurança pública. "No nosso entendimento, está faltando um pouco de inteligência policial para ver que determinados eventos levam a criminalidade a incendiar ônibus. Então, cabe às autoridades de segurança pública melhorar o policiamento ostensivo e disponibilizar mais homens para a realização desse serviço tão importante", afirma César.

A reportagem procurou a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) para responder sobre a situação e aguarda retorno. A Polícia Militar da Bahia (PM-BA), que também foi questionada, respondeu que atua preventivamente no patrulhamento em vias públicas ou através de acionamento. A corporação afirmou ainda que, nos cinco bairros de Salvador em que a circulação de ônibus está suspensa nesta quinta-feira (17°), há policiamento diuturno com emprego de equipes motorizadas que realizam rondas preventivas para conter crimes como a queima.

César Nunes relata que há diálogo entre as forças de segurança do estado e a Integra, mas, ainda assim, a empresa não vê uma situação viável para o funcionamento regular das linhas. "Ainda não temos segurança para operar o sistema de transporte urbano de Salvador. Se tivéssemos, estaríamos com os nossos ônibus rodando, transportando passageiros", fala ele, explicando a ausência de serviços nos cinco bairros que são afetados pela situação desta quinta.

Um morador do IAPI, que prefere não se identificar, reclama do que vê como falta de ação da polícia para evitar as queimas de ônibus. "O povo está fazendo protestos desde terça-feira, jogaram até pedra em um ônibus antes. Para mim, é claro que o próximo passo seria eles queimarem os ônibus, como está acontecendo sempre em Salvador. Mesmo assim, não impediram e a gente fica prejudicado", lamenta.

Sobre a situação atual, a PM-BA informou que, além do policiamento ordinário, equipes dos Pelotões de Emprego Tático Ostensivo (Peto's) se sobrepõem ao policiamento do setor, de acordo com a mancha criminal. A corporação ressaltou a importância de o cidadão acionar as forças de segurança através do 190 ou do 181 caso flagre algum acontecimento que fuja à normalidade.

Equipes da Transalvador acompanham movimento de ônibus
Equipes da Transalvador acompanham movimento de ônibus Crédito: Marina Silva/CORREIO