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'Esse condomínio matou dois pais de família', diz filho de trabalhador que morreu em queda de elevador

O sepultamento foi realizado nesta sexta-feira (15), por volta das 15h30, no Cemitério Parque Bosque da Paz

  • Foto do(a) author(a) Vitor Rocha
  • Vitor Rocha

Publicado em 15 de novembro de 2024 às 20:19

Diogo Maurício dos Santos
Diogo Maurício dos Santos Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Os funcionários de uma empresa de mudança Ariston de Jesus, 61, e Manoel Francisco da Silva, de 54 anos, foram sepultados nesta sexta-feira (15). As vítimas morreram após despencarem cerca de 25 metros em um elevador de um prédio de luxo no Horto Florestal. Os familiares e amigos clamaram por justiça durante o enterro realizado no Cemitério Parque Bosque da Paz, em Nova Brasília, Salvador.

Durante a cerimônia, Diogo Maurício dos Santos, filho de Ariston, não conteve as emoções, a ponto de cair ao chão e ter perda de ar, precisando de amparo dos outros convidados. O desabafo veio logo em seguida: “Eu sou pai, eu sou filho, eu sou ser humano. Esse condomínio da desgraça tirou a vida de dois pais de família, dois trabalhadores. Eles sabiam que tinha problema, eles podiam ter colocado eles no [elevador] social, colocado eles nas escadas, mas não botaram”. Em seguida, um coral uníssono gritou por “justiça” em frente à sepultura das vítimas.

Primo de Ariston, José Nilton Santana declarou que a perda do parente é enorme. "Isso não é a toa [o acidente], principalmente em um prédio de luxo. Cada lado está falando alguma coisa, mas alguém tem que tomar a responsabilidade", disse.

O enterro

Em meio a uma multidão vestida de preto, carregando flores, o clima era de comoção e indignação. O enterro estava planejado para acontecer às 14h30, mas houve atraso na chegada dos corpos para a cerimônia. Os presentes, que estavam atordoados com a perda, caíram em lágrimas quando os caixões entraram nas salas 4 e 5 do cemitério. Uma coroa de flores prestava uma última homenagem às vítimas: “Com todo amor e carinho de sua família”.

No ambiente tomado pelo luto, muitas pessoas passaram mal e foram socorridas pelos parentes. Após os convidados se aglomerarem em torno dos caixões para se despedir das vítimas, o sepultamento seguiu em direção à lápide. Em meio a cânticos religiosos, Ariston e Manoel, que eram amigos e vizinhos na mesma rua em Paripe, foram enterrados juntos, no mesmo local, um após o outro.

O atraso

Na manhã da sexta-feira, as famílias denunciaram que o Instituto Médico Legal (IML) Nina Rodrigues havia trocado os corpos das vítimas. Familiares relataram que estavam desde às 6 horas da manhã aguardando a liberação pelo IML, que só ocorreu por volta de 12h. Segundo parentes das vítimas, os corpos foram identificados, ao menos, quatro vezes. "Eles alegaram que precisavam fazer o reconhecimento mais uma vez, mas já tinham feito quatro vezes. Enquanto isso, três ônibus estavam se deslocando para o cemitério, com todo mundo aflito", disse Marlos Souza, sobrinho de Manoel Francisco.

Diogo Maurício dos Santos confirmou que os corpos foram trocados e lamentou o ocorrido: "É um absurdo o que vivemos. Eu reconheci o corpo de Francisco, eles trocaram tudo: as digitais, os corpos, os parentes".

A entidade negou o caso e disse que houve uma falha de comunicação com as famílias. "Todos os corpos que dão entrada no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues passam pela identificação necropapiloscópica (confronto das impressões digitais) e, só após a identificação e a necropsia, são disponibilizados para as famílias", escreveu o Departamento de Polícia Técnica.

Relembre o caso

Na quinta-feira (14), Ariston e Manoel Francisco morreram após cair cerca de 25 metros em um elevador. Eles eram funcionários da empresa Bom Preço Mudanças e trabalhavam em um apartamento do sexto andar do Splendor Reserva do Horto.

A cabine ficou completamente destruída, e os bombeiros só conseguiram retirar os corpos depois de duas horas. As causas do incidente estão sendo investigadas pela 6ª Delegacia de Polícia/Brotas.