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Bruno Wendel
Publicado em 7 de outubro de 2024 às 13:00
Já estava tudo separado: crachá e farda. Richard Santana, de 21 anos, estava ansioso. No dia em que começaria como auxiliar de serviços gerais numa empresa, no último dia 30, ele foi enterrado: o jovem foi esquartejado pela facção Bonde do Maluco (BDM). No dia anterior, outras quatro pessoas foram mortas no mesmo final de semana, mas o caso de Richard foi mais cruel.
Assim que souberam que ele foi sequestrado ao chegar na Federação, parentes ligaram para o celular de Richard e, do outro lado, atendeu um dos traficantes que, apesar de a família implorar, disse que o rapaz devia morrer por morar no Garcia, bairro dominado por uma facção rival ao BDM. Os restos mortais foram deixados em um carrinho de supermercado na Avenida Bonocô. O BDM surgiu em 2015, formado pelos traficantes mais violentos da extinta Caveira.
À época, o BDM promoveu decapitações e mortes de rivais no estilo 'micro-ondas' (corpos carbonizados dentro de pneus). Mais do que uma demonstração de força, essas execuções reafirmam o domínio das organizações e silenciam as comunidades.
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