Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Monique Lobo
Publicado em 21 de março de 2025 às 20:52
Segue em cartaz até o dia 30 deste mês, as sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 19h, o espetáculo "Monocontos – Elas Fantasiam o Tempo". A montagem acontece no Teatro Cambará, na Casa Rosa, no Rio Vermelho. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), e estão a venda pelo Sympla. >
O espetáculo propõe uma experiência sensorial e inclusiva, ativando as memórias e sentidos do público. Dirigido por Ridson Reis e com dramaturgia de Elisio Lopes Jr., a peça marca um novo momento do Coletivo Meio Tempo, grupo criado em Salvador em 2016. >
Em quase uma década de existência, o Coletivo construiu três espetáculos que sempre tiveram a presença masculina predominante. Agora, "Monocontos" quebra esse paradigma ao colocar três mulheres negras, as atrizes Dani Souza, Naira da Hora e Shirlei Silva, no centro da cena. A produção é inspirada na tradição oral das griots, narradoras que guardam e transmitem histórias ao longo das gerações.>
“Estamos construindo algo onde as atrizes são o foco, de como elas defendem o que essas mulheres dizem, sendo honestas e verdadeiras com as palavras e com o tempo agora”, declara Ridson Reis.>
Já Elísio Lopes Jr. comenta sobre a essência do projeto: "Monocontos nasce dos atores. Um coletivo de monólogos escritos para serem lidos em voz alta, levados ao palco para aguçar os sentidos dos atores. Nesse livro existem diversos espetáculos, recortes, personagens. Mas por que narrar através das moiras? As moiras controlam os destinos dos humanos e dos deuses. É como a nossa arte, o teatro. Queremos ter o desfecho nas mãos. Esse é o nosso ofício, tentar escolher o final das histórias e como serão contadas. Mas o grande milagre da arte é o olhar do outro. Então nunca é igual e sempre vale a pena estar em cena”. >
A narrativa do espetáculo se desfia ao redor de uma árvore de macramê, elemento central do cenário e também base para os figurinos. O público se posiciona em formato de arena, convidado a entrar nesse terreiro de memórias e histórias. A trilha sonora, composta por Roquildes Júnior, traz sonoridades ancestrais e percussivas, utilizando instrumentos como balafon, cabaça e kalimba. >
A direção de movimento é assinada pelo coreógrafo Arismar Adoté que utiliza elementos de dança afro. Já os figurinos, assinados por Guilherme Hunder, utilizam as referências do macramê em diálogo com o cenário e a atividade tecelã desenvolvida pelas personagens durante o espetáculo.>
O espetáculo é a ação que encerra o projeto Caravana do Meio Tempo, contemplado pelo edital Gregórios – Ano III, com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Lei Paulos Gustavo, Ministério da Cultura, Governo Federal. >