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Monique Lobo
Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 16:17
Com o objetivo de incluir a literatura negra nas salas de aulas, a escritora Ivana Freitas, doutora em Letras pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), lança neste sábado (25), o livro "O Ponto e a Encruzilhada: A poesia negra rasurando a história, a memória e a literatura oficial através da intertextualidade" pela editora Ogum’s Toques. >
O lançamento, que acontece a partir das 16h30, no Museu Nacional da Cultura-Afro (Muncab), no Centro Histórico, conta com a participação de nomes importantes da intelectualidade negra brasileira.>
A professora Dra. Florentina Souza aponta que os textos selecionados evidenciam que as autoras e autores negros leem e conhecem a literatura brasileira canônica e constatam, muitas vezes, silenciamento, estereótipos e olhares depreciativos sobre as histórias e culturas negras. “Ivana Freitas propõe, ao modo derridiano, um exercício de suplementar a literatura brasileira a partir da revisão da sua história, e mais, de uma rasura de sentidos estabelecidos e redefinição de seus possíveis significados”, garante.>
Para Ivana Freitas, orientar a pesquisa a partir do seu desejo é “uma coragem suicida” de quem reconhece sujeitos no objeto de pesquisa. "O meu cotidiano político, subjetivo, afetivo e acadêmico é nutrido pela incessante busca de me aproximar e aproximar a pesquisa que desenvolvo do conceito de 'intelectual negro insurgente', cunhado por Cornel West”. Ainda de acordo com a autora, “o ponto” é a intertextualidade, o que há em comum, enquanto a encruzilhada representa o desconforto, a descontinuidade que possibilita a abertura de outros caminhos. >
“O Ponto e a Encruzilhada: A poesia negra rasurando a história, a memória e a literatura oficial através da intertextualidade já nasce como um clássico indispensável para se pensar a sala de aula e a importância de incluir a Literatura Negra nas escolas”, diz Mel Adún, da Editora Ogum’s Toques sobre o livro.>