Equipamentos para sondagem da Ponte Salvador-Itaparica chegam na Bahia

Materiais serão usados nas águas rasas e profundas na Baía de Todos-os-Santos

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Publicado em 10 de março de 2024 às 11:09

Ponte Salvador-Itaparica
Ponte Salvador-Itaparica Crédito: Divulgação

Chegam neste final de semana os equipamentos que serão usados na sondagem da Ponte Salvador-Itaparica. Parte do comboio chegou na tarde desse sábado (9), em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, e o restante tem previsão para ser entregue neste domingo (10). 

Dentro dos contêineres estão diversos tipos de equipamentos que serão usados na sondagem a ser realizada em águas rasas e profundas na Baía de Todos-os-Santos. Os materiais foram embarcados em um navio que saiu da China com destino ao Rio de Janeiro numa viagem que durou 30 dias. De lá, seguiram em carretas por mais quatro dias até Simões Filho, onde estão armazenados em um galpão. Ainda chegarão mais quatro contêineres, totalizando dez.

Neles, foram trazidos três perfuratrizes especiais que possuem um sistema de compensação de ondas, tecnologia chinesa para executar o serviço no mar durante o inverno, período em que podem ocorrer condições climatológicas adversas. Esse sistema permite também a estabilização das balsas onde estarão as plataformas, garantindo assim uma melhor qualidade dos resultados. Vieram também: uma cabine de operação, torre de operação, guincho, gerador e um laboratório para análise geotécnica do material a ser coletado no mar.

Imagens do transporte dos equipamentos foram compartilhadas pelo chefe do executivo baiano, Jerônimo Rodrigues, através de suas redes sociais. “Seguimos acompanhando e trabalhando firme pelo desenvolvimento da nova Bahia”, completou.

O que é a sondagem?

A sondagem é uma atividade necessária para compreender as características do terreno e dimensionar a fundação da estrutura da ponte. Com uso de perfuratrizes, são obtidos fragmentos do solo no local onde serão instalados os pilares. Posteriormente, essas amostras são enviadas para laboratório onde são feitas as análises detalhadas do material coletado.

Já foram iniciadas as sondagens em terra no município de Vera Cruz, dia 31 de janeiro, e em Salvador, dia 21 de fevereiro. Nos próximos dias, o serviço será realizado na área de borda do mar de Vera Cruz, em uma plataforma que já está montada. Em seguida, começa a sondagem em águas rasas e profundas com uso de balsas de grande porte e os equipamentos chineses que chegaram neste sábado (9).

Atrasos

O projeto de 2009, que tem como objetivo principal encurtar o tempo de deslocamento entre os dois pontos em cerca de 100 km, tinha previsão de iniciar as obras em 2013, ainda no governo de Jaques Wagner. 

Em 2010, um ano após ser lançado, começaram os estudos sobre a viabilidade da obra, mas só três anos depois o projeto do chamado Sistema Viário Oeste (SVO) foi apresentado. O SVO tem contrato de Parceria Público-Privada e engloba a ponte de 12,3km e a construção de acessos, por túneis e viadutos, sua ligação à BA-001 e uma nova rodovia expressa na Ilha de Itaparica, de acordo com informações do Governo do Estado.

Em valores de 2020, o investimento foi orçado em R$5,34 bilhões, com aporte de R$1,51 bilhão do estado. Além desse aporte, o governo se comprometeu a fazer repasses de R$56,2 milhões por ano ao concessionário. A iniciativa privada vai explorar comercialmente a ponte por 30 anos.

Dois anos depois, o governo da Bahia determinou, por meio da publicação de Decreto de Utilidade Pública (DUP) no Diário Oficial do Estado (DOE), a desapropriação de uma área superior a 2,9 milhões de m² na cidade de Vera Cruz, com o objetivo de implantar acessos viários à Ponte Salvador - Ilha de Itaparica. A área total prevista é de 2.965.862,34m².

Agora, esse novo investimento de aproximadamente R$ 9 bilhões, fruto da Parceria Público-Privada (PPP) entre o Governo da Bahia e um consórcio chinês formado dois grupos. São eles: China Railway 20th Bureau Group Corporation (CR20) e China Communications Construction Company (CCCC). O contrato assinado em novembro de 2020 estabelece uma concessão de 35 anos para construção, operação e manutenção do equipamento.