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Entenda por que 83% das mortes por dengue aconteceram no Sudoeste da Bahia

Dez das 12 mortes foram registradas na região

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 8 de março de 2024 às 18:00

Cidade do Rio entra em situação de emergência devido a casos de dengue
Cidade do Rio entra em situação de emergência devido a casos de dengue Crédito: Pixabay

Mais três mortes por dengue foram confirmadas na Bahia nesta sexta-feira (8). De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), dois óbitos ocorreram nas cidades de Jacaraci, que soma quatro mortes pela doença, e um em Vitória da Conquista, que registra a terceira vítima. Das 12 mortes registradas por dengue no estado, 10 foram no Sudoeste, o que representa 83% do número total.

Além de Jacaraci e Vitória da Conquista, os municípios de Piripá, Barra do Choça e Ibiassucê também registraram óbitos por dengue em 2024 – um em cada cidade. A explicação está relacionada com a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor transmissor da doença. Isso quem pontua é o virologista Gúbio Soares, primeiro cientista a detectar o zika no Brasil.

“Provavelmente a proliferação dos mosquitos deve ser muito alta nessa região. Deve ter acontecido isso, junto com o câmbio climático. Então, essa região deve ter uma população de mosquitos bastante alta e isso favorece para a disseminação da doença”, explica Soares.

Se há mais mosquitos, há maior proliferação da doença. Entenda a lógica: mosquitos infectados vão picar pessoas e o número de contaminados vai aumentar. Os mosquitos que não estão contaminados com o vírus serão infectados assim que picarem uma pessoa contaminada. O fato é que o problema tende a piorar com a maior circulação do pernilongo.

“Cada vez mais você vai ter mosquitos infectados e transmitindo a doença. Isso tem que ser freado”, pontua Gúbio.

De acordo com a médica infectologista Clarissa Cerqueira, professora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), os registros de mortes no Sudoeste podem ter relação com questões assistenciais de saúde, a nível de orientações de tratamento.

"A dengue ela é grave para qualquer pessoa, independentemente do local, eu posso dizer assim. Não é porque as pessoas são de um lugar que a dengue é mais grave. Em geral, a assistência pode ser um pouco mais frágil em certos locais”, destaca.

As prefeituras de Jacaraci e Vitória da Conquista foram procuradas pela reportagem, via ligação telefônica e Whatsapp, respectivamente. No entanto, o Correio não obteve sucesso. 

O último boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), publicado no dia de 5 março, indicou que a Bahia havia notificado 29.982 casos prováveis de dengue até o dia 2 de março. Esse número representa um aumento de 209,3% dos casos em comparação ao mesmo período de 2023. Ao todo, 122 municípios baianos se encontram em epidemia, outros 51 estão em situação de risco e 34 em alerta.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela