Entenda as diferenças e as promessas do 5G em relação ao 4G

Tecnologia chegou à Bahia em 2022 e, quase dois anos depois, alcançou apenas 37 cidades baianas

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  • Larissa Almeida

Publicado em 16 de julho de 2024 às 06:30

Organizador de eventos Valter Souza, 32 anos, vê prós e contras do uso do 5G Crédito: Ana Lucia Albuquerque/CORREIO

Instantaneidade, múltipla conectividade e velocidade. Essas três palavras sintetizam as promessas do sinal de conexão 5G, tecnologia que chegou no Brasil em julho de 2022 e, desde então, tem ampliado sua cobertura ao redor do país. Na Bahia, são quase dois anos de implementação do sinal, que passou a funcionar em agosto daquele ano, mas até hoje só alcança 37 municípios do estado.

Apesar de lenta, a disseminação da cobertura segue o cronograma da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que tem como critérios de ativação do sinal a quantidade populacional: primeiro as capitais, segundo as cidades com mais de 500 mil habitantes e, em terceiro, as cidades com mais de 300 mil habitantes. A expectativa é de que, até o final do ano, haja a proporção de uma antena para cada grupo de 30 mil habitantes no país.

Entre as principais vantagens da quinta geração de internet móvel está a conexão simultânea de dispositivos, possibilitada pelo uso de três bandas – capacidade ou limite de dados gerada pela faixa de frequência utilizada em um determinado sinal de transmissão. O 4G utiliza pedaços de bandas com velocidades que variam de 600 MHz a 2.5 GHz. Com o 5G, a velocidade mínima é 3.5 GHz, o que promove conexão com diferentes dispositivos e aplicações ao mesmo tempo.

Além disso, a latência – isto é, a medida de tempo que leva para um dado viajar de um ponto a outro – mínima do 5G é de 1 milissegundo, o que garante envio praticamente imediato de dados. No 4G, essa latência era de 50 milissegundos e usuários que agora têm o 5G já sentiram diferença. “Com o 5G, ficou melhor abrir e mandar mensagem, ver vídeo e acessar o Instagram. Está bem mais rápido”, avalia Ana Lúcia Bastos, vendedora da loja Donna Boutique, na Boca do Rio, em Salvador.

Ana Lúcia Bastos e Marinalva Gomes, vendedoras da loja Donna Boutique, na Boca do Rio, já usam o sinal 5G Crédito: Ana Lucia Albuquerque/CORREIO

Para a operadora de caixa Verena Alves, 29 anos, que tem 4G até hoje, o maior sofrimento com a cobertura é a instabilidade. “Tenho 4G desde sempre e fica sempre oscilando entre 3G e o 4G. É uma conexão muito ruim, às vezes nem conecta nada e eu tenho que colocar no modo avião e depois tirar para tentar ter internet. É triste e hoje mesmo eu fiquei na mão na hora de pagar o Uber pelo aplicativo. A sorte foi que eu tinha dinheiro na mão”, conta.

O motorista de aplicativo Pedro Oliveira, 26 anos, sofria com o mesmo problema de Verena até que decidiu comprar um aparelho compatível com o 5G. Ele afirma que a diferença é nítida na velocidade de conexão, uma das promessas de revolução da tecnologia. “A internet funciona com muita rapidez, não trava e, em locais que têm poucos sinais, a rede capta melhor e eu não tenho dificuldade nenhuma. Me ajuda muito no dia a dia. Com o 4G, eu às vezes perdia corridas à espera de um local com internet”, diz.

Apesar das melhorias, a quinta geração de internet móvel ainda apresenta falhas em razão da baixa cobertura, o que ocorre porque o sinal será emitido por uma onda mais curta. “Eu notei que o 5G atende bem mais rápido do que o 4G me atendia, mas tem um pouco de falha em algumas áreas. Às vezes, entro no aplicativo e ele fica lá girando até reconectar. Acho que depende muito da localidade”, pontua o organizador de eventos Valter Souza, 32 anos.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro