Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Larissa Almeida
Publicado em 16 de agosto de 2024 às 05:15
Depois do adiamento de três meses em razão do desastre climático causado pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul em maio, a prova do Concurso Público Nacional Unificado, também conhecido como ‘Enem dos Concursos’, será realizado no dia 18 de agosto, próximo domingo. Na Bahia, mais de 162 mil pessoas se inscreveram para fazer o exame – o maior quantitativo do Nordeste –, que dá a chance de concorrer a uma das 6.640 vagas para 21 órgãos públicos em todos os estados do Brasil. Os salários vão de R$ 4.407,90 a R$ 22.921,70.
Dentre o total de vagas, 5.948 são para o nível superior (graduação) e 692 para nível médio. Desse total, 20% estão reservadas para pessoas negras, 5% para pessoas com deficiência e 30% para indígenas nos cargos para a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). As vagas são divididas por cargos com áreas de atuação governamental semelhantes, que foi denominado como bloco temático. O grupo mais concorrido é o 8, que reúne todas as vagas de nível médio e registrou 694 mil inscrições.
No território baiano, a aplicação das provas ocorrerá em 18 municípios, sendo eles Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brumado, Camaçari, Eunápolis, Feira de Santana, Guanambi, Ilhéus, Irecê, Itaberaba, Jacobina, Jequié, Lauro de Freitas, Paulo Afonso, Ribeira do Pombal, Salvador, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista. As provas serão divididas em dois turnos, com início às 9h e às 14h30, respectivamente. Pela manhã, todos os candidatos realizarão uma prova discursiva e objetiva comum a todos os blocos. À tarde, será a vez das questões específicas de cada área, com mais ênfase nas áreas de concentração de nível superior.
A divulgação dos resultados está prevista para ocorrer até o dia 21 de novembro e a convocação para posse deve ter início em janeiro de 2025. Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (15), a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, anunciou que haverá três listas de convocação dos candidatos aprovados, e aqueles que não responderem a nenhuma delas serão desclassificados.
Na oportunidade, Esther Dweck comentou o fato de 65% dos mais de 2,11 milhões de candidatos inscritos no Brasil ainda não terem ido conferir o local onde farão as provas no domingo e orientou os participantes a acessarem a Área do Candidato. “Façam uma prova com tranquilidade, mas, por favor, não deixem de acessar o cartão de confirmação de inscrição, com seu local de prova, e checar se está tudo certo. Então, vocês conhecem o local e ficam tranquilos para fazer a prova", aconselhou.
A dois dias da realização do concurso, a comunicadora Helen de Souza, de 32 anos, está concentrando toda a sua atenção em aulas de revisão e na preparação para a prova dissertativa. Ela conta que o adiamento da prova se tornou oportuno para a intensificação dos estudos, embora não o suficiente para afastar a ansiedade. “Estou um pouco ansiosa porque não faço provas de concurso há algum tempo. Como essa vai durar o dia todo, fico pensando na questão do cansaço. Mas, no geral, até o momento estou relativamente tranquila”, afirma.
No processo de conclusão do mestrado, ela acrescenta que os meses extras de preparação foram baseados em métodos diferentes de estudos. “Li conteúdos disponibilizados por cursos preparatórios, videoaulas, leis e acompanhei com mais afinco os noticiários e debates da agenda pública para ficar por dentro dos assuntos relacionados a atualidades. [...] Consegui mais tempo tanto para a dissertação quanto para o concurso”, completa.
Interessada nas vagas oferecidas, a estudante Maria Fernanda Souza, 21 anos, deu início à preparação para o concurso no início do ano com a criação de um calendário de estudos e visualização de videoaulas. Nos últimos meses, no entanto, ela admite que deixou um pouco de lado a preparação.
“O adiamento no início ajudou, pois estava difícil conciliar o estudo para o concurso com as demandas da faculdade. Mas, no meio desse período, consegui uma vaga de estágio que eu queria muito e o CNU acabou deixando de ser uma prioridade. Estou nervosa para a prova, mas atualmente vejo o concurso mais como um treinamento”, diz.
Quem também quer apenas testar a experiência de fazer o CNU é a estudante de Psicologia Jenifer Cunha, 26 anos, que confessa não ter se preparado para o exame. “Eu vou fazer apenas para testar meus conhecimentos, por curiosidade, para entender como é que é essa banca. Penso em fazer o concurso lá na frente, depois que eu me formar na minha segunda graduação”, conta.
Já o comunicador Edgar Luz, 26 anos, conta que a remarcação da prova foi o que arrefeceu seu ânimo para os estudos. No entanto, ele não descarta a possibilidade de surpreender. “Como é a primeira edição, vai ser uma novidade para todo mundo. Estou sem grandes expectativas, mas com esperança”, finaliza.
*Com orientação da subeditora Fernanda Varela