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Da Redação
Gil Santos
Publicado em 3 de novembro de 2023 às 10:40
O prefeito Bruno Reis falou nesta sexta-feira (3) que a situação do transporte público está cada vez mais difícil, com as tentativas de conseguir mais subsídios federais e desonerar o custo do sistema para prefeituras não avançando. "A única coisa que a gente ouviu de concreto (em Brasília) é que terão linhas de crédito para aquisição de ônibus com carência e juros mais subsidiados. É muito pouco", lamentou. Ele disse que a prefeitura está em negociações e deve ter que bancar um subsídio para que os trabalhadores rodoviários recebam a primeira parcela do décimo terceiro salário. Bruno falou nesta manhã, durante abertura do Festival Liberatum, no Centro de Convenções.
Bruno disse que hoje se reuniu com empresários do setor de transporte de Salvador. "Quando sair daqui irei mais uma vez tratar sobre esse tema, infelizmente falta sensibilidade ao governo federal para assumir responsabilidade e atribuições como ocorre praticamente em todos outros países do mundo", disse. "A gente lamenta que infelizmente para o ano de 2024 o que o governo federal possa oferecer é financiamento para compra de ônibus".
O prefeito também comentou a possibilidade de greve de ônibus na semana que vem e disse acreditar na sensibilidade da categoria. "Os rodoviários sabem as dificuldades das empresas, inclusive elas estão sem dinheiro para pagar a parcela do 13º no dia 20 de novembro. E toda vez que eles fecham a garagem, agrava mais essa crise porque diminui a receita de um sistema que já é deficitário", disse Bruno. "Hoje quando chega no final do mês, o que se apura de recursos fruto das passagens é insuficiente para pagar despesa com motorista, cobrador, combustível, manutenção dos ônibus. A crise é grave", disse. "Chamo atenção dos rodoviários que querem garantir seus postos de trabalho que qualquer paralisação, fechamento mesmo temporário, piorou greve... Só vai agravar a situação", avaliou.
A prefeitura estava pagando o desequilíbrio no sistema durante o período da pandemia, conforme previsto em contrato. Mas agora existe uma discussão sobre como lidar com o sistema deficitário. "Vai depender de aprovação legislativa para que a gente possa pagar o subsídio. Já que o governo federal não vai ajudar, a prefeitura vai ter que assumir mais essa responsabilidade", lamentou. "Ainda não há uma forma legal para isso. Dia 20 está chegando e tem mais esse problema para ser enfrentado, que é pagar a primeira parcela do 13º, que as empresas não têm condição de pagar".