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Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2023 às 08:33
Um ato em defesa pela vida dos povos negro e tradicionais e dedicado aos 11 quilombolas assassinados na Bahia nos últimos dez anos foi realizado nesta nesta quinta-feira (31), na Igreja de São Francisco de Assis, no Pelourinho. A Vigília por Binho do Quilombo lembrou a memória do líder quilombola e de Mãe Bernadete, morta no mês passado, em Simões Filho.
Presente no ato, o filho de Mãe Bernadete, Jurandir Wellington Pacífico, destacou o legado de seu irmão e mãe e pediu à Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) apresente os assassinos à sociedade.
“Irei continuar horando minha mãe e meu irmão nesta luta. Peço ao secretário Marcelo Werner que apresente os assassinos, que, segundo ele, já foram identificados, amanhã à sociedade e encaminhe mandado de prisão. A nossa família, as comunidades quilombolas, a sociedade, a Bahia e o Brasil, querem respostas", pontuou.
O subsecretário de Segurança Pública da Bahia, Marcel de Oliveira, que é o secretário em exercício, afirmou que a investigação sobre a morte de Mãe Bernadete está indo bem e que a polícia já sabe quem cometeu o crime. "A investigação está bem adiantada, com autorias definidas, com prováveis motivações conhecidas. No entanto, a investigação tramita em sigilo, mas pode ter certeza que a família vai ter o resultado que ela precisa e merece receber em pouco tempo", disse Marcel em entrevista à TV Globo, divulgada nessa quinta.
O ato vai acontecer durante onze quintas-feiras, no mesmo local e horário, concluindo no dia 2 de novembro. "Nós vamos manter essa vigília até a prisão dos mandantes e os assassinos das vítimas. Vamos protestar sempre que houver a violação de direitos e uma vida ceifada do nosso povo preto”, disse Bruno Gomes, advogado da Educafro, entidade que coordena o evento.
A Vigília por Binho do Quilombo conta com o apoio de diversos movimentos e coletivos negros, movimentos sociais e estudantis de toda a Bahia.