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Em 2025, as parcerias vão salvar o mundo

O grande desafio da agenda ESG é ser mais acessível para todos os setores e públicos

Publicado em 23 de dezembro de 2024 às 16:11

O ano ainda não acabou, mas os olhos já miram o que vai nascer. Olhar para trás para olhar para frente. Na mitologia de base africana, o ano será regido por Iansã e Xangô, um casal que simboliza força e união. É tempo de conexões. Isso nos inspira conceitos como capitalismo de stakeholders, coopetição, alianças estratégicas e cocriação de valor. E essa será a maior tendência ESG para 2025 é: é preciso ir junto.

Depois da explosão de posicionamentos, o grande desafio da agenda ESG é ser mais acessível para todos os setores e públicos, de forma suprapartidária e multisetorial. Destacamos abaixo oito tendências para colocarmos no radar.

1. Resiliência Climática e Economia Circular

Com desastres naturais mais intensos, empresas e governos precisarão investir em adaptação climática e economia circular. Um estudo da Ellen MacArthur Foundation estima que essa transição pode reduzir em 45% as emissões globais até 2050.

2. Saúde Mental como Prioridade

Programas de apoio psicológico e bem-estar serão essenciais, assim como a regulamentação de questões como o uso de celulares nas escolas. Segundo a OMS, cada dólar investido em saúde mental gera quatro em retorno.

3. Comunicação e Transparência

A obrigatoriedade de relatórios ESG, conforme regulamentação da CVM, trará maior confiabilidade e exigirá que empresas combatam práticas de greenwashing. Relatórios consistentes e comunicação transparente serão diferenciais competitivos.

4. Transição Energética e COP 30 no Pará

A COP 30 será um marco global para a sustentabilidade e uma oportunidade para o Brasil liderar em clima. Empresas enfrentarão maior pressão para cumprir metas de descarbonização.

5. Eleições e Políticas Públicas

As eleições de 2024 no Brasil tiveram a sustentabilidade como uma pauta de diversos partidos. O desafio será transformar discursos em políticas públicas que avancem a transição energética, a inclusão social e a proteção ambiental.

6. Inteligência Artificial e Regulação de Setores

Seja pelo potencial em solucionar problemas socioambientais quanto pelos desafios de governança e ética, a IA segue no topo. Greentechs e ESGtechs terão papel crescente, mas ainda exigirão regulações robustas, assim como mercados emergentes, como as bets, que despertaram preocupações sobre impactos sociais.

7. Finanças Sustentáveis

Produtos financeiros verdes, como títulos sustentáveis e fundos temáticos, crescerão. Segundo a Bloomberg, fundos ESG captaram 25% mais investimentos que seus pares tradicionais.

8. Diversidade e Inclusão

Diversidade será uma estratégia de negócio. O público está atento e cobrará métricas claras de inclusão.

Um provérbio africano nos lembra: “Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá acompanhado.” Esse é o único caminho possível para salvar o mundo.

* Leana Mattei é Tedx Speaker, professora, palestrante, e diretora da Aganju Consultoria em ESG