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Emilly Oliveira
Publicado em 29 de agosto de 2023 às 18:06
O Departamento de Polícia Técnica (DPT-Ba) identificou sete corpos da chacina que terminou com nove pessoas mortas e uma ferida no município de Mata de São João, na última segunda-feira (28). Segundo a Polícia Civil, apesar do envolvimento criminoso do alvo do ataque, conhecido como Preá, as investigações apontam que a chacina foi motivada por ciúmes.
De acordo com as informações passadas pelo Departamento de Polícia Técnica do Estado da Bahia (DPT-Ba), as vítimas identificadas são:
Clícia e Sarah são as vizinhas mortas a tiros e consideradas "mártires" pela polícia. Segundo a delegada Christhiane Inocência Coelho, diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), elas abriram a porta de casa para ajudar um vizinho, adolescente de 12 anos, que pediu socorro. Ele teve mais de 50% do corpo queimado e está internado no Hospital Geral do Estado (HGE). Segundo a TV Bahia, Sara e Clícia eram mãe e filha.
Os outros cinco pessoas são da mesma família e estavam na casa incendiada. Segundo a Polícia Civil, um homem conhecido como Preá era o alvo principal do ataque. Não há confirmação de que ele seja o rapaz identificado como Carlos Augusto.
Ainda faltam ser identificados um homem e a ex-sogra de Preá, conhecida como Cristiane. Segundo o Jornal Nacional, um bebê de um ano e meio também estaria na casa incendiada, mas foi poupado pelos bandidos.
Até a noite do dia do crime, apenas um familiar se dirigiu ao DPT, em Camaçari, em busca de informações, segundo a TV Bahia.
Em nota, o DPT informou que, em situações que envolvem corpos carbonizados, o processo de identificação depende das condições dos corpos e de documentações apresentadas pela família.
“Embora não exista hierarquia entre os métodos de identificação, a primeira opção é a identificação por impressão digital. Nos casos onde o corpo não apresenta condições para tal exame, recorre-se à perícia Odonto Legal, com exames da arcada dentária, sendo necessária a apresentação de prontuário odontológico da pessoa, por sua família”, explica o departamento.
Ainda de acordo com o DPT, a última opção é a identificação através do confronto genético. “Para a qual se faz necessária a presença de familiares para coleta de material”, completou o órgão, via assessoria.
Relembre alguns detalhes
Sete pessoas foram encontradas mortas carbonizadas e uma ferida com queimaduras na localidade de Núcleo Colonial JK, em Mata de São João, na manhã da última segunda-feira (28), além de duas mulheres mortas a tiros em uma casa ao lado. Ao todo, foram nove mortos e um ferido.
O adolescente de 12 anos foi encontrado vivo com 50% do corpo queimado e encaminhado para o hospital com ferimentos graves. A identidade dela está sendo preservada por ser menor de 18 anos. As duas mulheres baleadas foram atingidas na frente de casa quando saíram para ajudar o adolescente.
A principio, a Polícia Civil trabalhava na linha de investigação de que o homem apontado como pivô do crime, identificado como Preá, faria parte da facção Tropa e que o ataque a ele teria sido comandado por homens do grupo criminoso Bonde do Maluco (BDM). Nesta terça-feira (29), no entanto, os indícios apontaram para outra motivação.
A delegada Christiane Inocência Coelho, do Departamento de Polícia Metropolitana, diz que os criminosos por trás da chacina fazem parte de uma mesma facção criminosa que Preá. Apesar disso, o que teria motivado o crime é que o mandante sentia ciúmes do alvo, uma das vítimas.
Três envolvidos na chacina foram localizados na madrugada desta terça-feira (29), por policiais civis. Dois deles foram mortos em confronto e um foi preso.
Segundo informações da Polícia Civil, eles estavam escondidos em uma área de mata. Na ação, um foi preso em flagrante por homicídio qualificado e outros dois resistiram atiraram contra os policiais. Segundo a polícia, os dois foram baleados, socorridos para o hospital, mas não resistiram.
O quarto envolvido ainda está sendo procurado dentro de uma região de mata", explicou a diretora do Depom, delegada Christhiane Inocência.