Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Dormir mal pode comprometer a capacidade reprodutiva das mulheres; entenda

Estudo avaliou  a qualidade do descanso noturno, envolvendo fatores como duração, latência e possíveis transtornos.

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Foto do(a) author(a) Agência Einstein
  • Perla Ribeiro

  • Agência Einstein

Publicado em 27 de março de 2025 às 08:04

Dormir bem é importante para o controle do peso (Imagem: Prostock-studio | Shutterstock)
Dormir mal pode comprometer a capacidade reprodutiva das mulheres; entenda Crédito: Imagem: Prostock-studio | Shutterstock

Mais do que a sensação de cansaço, dormir mal pode trazer outros impactos à saúde feminina. Um deles está associado diretamente à fertilidade da mulher. Uma pesquisa recém-publicada no periódico científico Fertility and Sterility mostra que o sono ruim pode diminuir a reserva ovariana, fator importante para ter uma boa quantidade de óvulos de qualidade durante a idade reprodutiva. As mulheres já nascem com a quantidade total de células reprodutivas que terão ao longo da vida. Com o passar dos anos, esse número vai diminuindo até se esgotar na menopausa, que marca o fim do período fértil e reprodutivo.

Durante o estudo, 1.070 mulheres, com idades entre 20 e 40 anos, responderam um questionário chamado Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), que avalia a qualidade do descanso noturno, envolvendo fatores como duração, latência e possíveis transtornos. Além disso, elas foram submetidas a uma ultrassonografia transvaginal para fazer a contagem dos folículos antrais (CFA) e exames de sangue para verificar os níveis dos hormônios folículo estimulante (FSH) e anti-mülleriano (AMH), entre outros.

“Níveis elevados de FSH e baixos de AMH, assim como a contagem de folículos antrais, que é a medida do número de folículos, que são a ‘casinha’ dos óvulos nos ovários, são marcadores que indicam a reserva ovariana”, explica o ginecologista e obstetra Fernando Prado, especialista em reprodução humana e membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE).

Os resultados obtidos nos exames apontaram uma associação entre a baixa qualidade do sono e a diminuição da reserva ovariana. E essa associação foi consistente mesmo em grupos de diferentes idades e índices de massa corporal (IMC). O mecanismo exato por trás dessa relação não foi elucidado pelo trabalho, mas já se sabe que dormir mal influencia de várias formas o sistema reprodutivo feminino.

“O sono desempenha um papel fundamental na regulação do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, que controla a produção hormonal e o desenvolvimento folicular. Assim, problemas e distúrbios ao dormir podem alterar a secreção de hormônios essenciais para a função ovariana, como o FSH e o LH, impactando diretamente no funcionamento do órgão”, observa o ginecologista e especialista em reprodução humana João Antônio Dias Júnior, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Além disso, o sono inadequado pode aumentar os níveis de cortisol, conhecido como hormônio do estresse, e levar a um estado inflamatório crônico, fatores que podem comprometer a função reprodutiva.”

A baixa reserva ovariana não diz respeito à qualidade dos óvulos. Ou seja, mulheres com esse diagnóstico têm chances de engravidar naturalmente, se ainda estiverem ovulando. A qualidade está mais relacionada à idade do que ao número total de gametas disponíveis.

Também é importante salientar que, quando o estoque de óvulos não é tão grande, é recomendado que a mulher converse com seu médico sobre a necessidade ou não de recorrer a procedimentos de reprodução assistida. “A diminuição da reserva ovariana está frequentemente associada a uma resposta reduzida à estimulação ovariana, o que pode impactar negativamente na coleta de óvulos em ciclos de fertilização in vitro e no sucesso do tratamento”, detalha Dias Júnior.