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Dividido por uma avenida: CV e BDM disputam domínio do tráfico em Pero Vaz

Rua Direta do Pero Vaz separa as duas facções rivais, mas não evita confrontos

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 26 de fevereiro de 2024 às 11:45

Muro no Pero Vaz tem marcas do CV e do BDM Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Em um só muro, duas siglas pichadas: CV e BDM. As marcas, que fazem referência às facções rivais do Comando Vermelho e do Bonde do Maluco, respectivamente, e não costumam dividir o mesmo espaço, se misturam na avenida principal do bairro do Pero Vaz, em Salvador. Mais do que isso: são símbolos de um bairro rachado pelos dois grupos criminosos e que se acostumou a vê-las em confrontos, como nos tiroteios desse domingo (25), quando três pessoas foram baleadas e um homem, que seria integrante de um dos grupos, foi executado na Rua Direta do Pero Vaz.

“Desse lado, é CV. Do outro, é o BDM. Pelo menos, era assim até ontem”, sussurra uma moradora, explicando a divisão do bairro. O lado esquerdo da Rua Direta, onde está a Rua 1º de Maio, segundo ela, já tem o domínio do CV. No lado direito, o BDM é a facção que controla o tráfico. A curta distância, no entanto, faz com que os grupos se misturem não só em confrontos, mas no dia a dia do bairro e de seus moradores.

Uma fonte da polícia ouvida pela reportagem destaca o fato de o bairro estar fatiado, fazendo menção às pichações encontradas no local. “Quem está na rua sabe que não é comum ver uma parede com inscrições das duas facções. Em geral, quando o bairro que é de uma facção vira [passa a ser comandado por outra], apagam a pichação da anterior e colocam a nova no lugar. As duas em um mesmo muro ou poste, significa a presença simultânea das duas”, explica.

Rua Direta do Pero Vaz divide duas facções e teve homicídio registrado no domingo Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Com as duas organizações criminosas dividindo, praticamente, o mesmo espaço, quem mora por lá tem dificuldade em saber a quais facções estão vinculados os traficantes. “Se você repara um pouco, percebe que tem olheiro de todo lado. Eu não mexo com essas coisas e não tenho ideia de quem é 2 [CV] e quem é 3 [BDM]. A gente percebe as movimentações, vê eles armados nas ruas, mas nunca vai saber dizer quem é. E nem quero saber”, fala um morador, sem se identificar.

A característica dividida do Pero Vaz se assemelha com um bairro vizinho: o IAPI, que passa por uma situação parecida. Lá, no entanto, o CV domina mais localidades, aglutinando poder no Bem Amado, no Brongo e no Milho. O BDM, por sua vez, tem atuação na localidade de Nova Divinéia. No IAPI, a via que divide as duas facções é a Rua Conde de Porto Alegre, que também é a principal do bairro.